Instituto alemão Alfred Wegener de Investigação Polar e Marítima apresentou o conceito técnico do Aurora Borealis, um moderno navio de pesquisa e quebra-gelo que deverá investigar os pólos a partir de 2014.
Uma torre de prospecção a bordo e instrumentos que permitem o envio, por exemplo, de robôs para a colher amostras em enormes profundidades tornarão o quebra-gelo europeu Aurora Borealis uma embarcação sui generis no mundo. O desenvolvimento do projeto, apresentado nesta quarta-feira (3/12) em Berlim, foi coordenado pelo instituto alemão Alfred Wegener de Investigação Polar e Marítima, que tem sede em Bremerhaven.
Se for garantido seu financiamento, estimado em 650 milhões de euros, a embarcação poderá ser construída a partir de 2012 e dois anos mais tarde poderá iniciar suas pesquisas, informou o AWI. As expedições do moderno quebra-gelo poderão ter a duração de um ano e conduzirão até as regiões "mais extremas e menos exploradas do planeta", possibilitando colher informações sobre a história e o desenvolvimento climático do meio ambiente das regiões polares.
Nos primeiros cinco a dez anos, as pesquisas do Aurora Borealis se concentrarão no Ártico, disse uma porta-voz do AWI. Além de nações da União Européia, também Noruega, Rússia e Canadá manifestaram interesse em participar do projeto. Ele será levado adiante por 15 institutos de dez países europeus, sob a coordenação do AWI.
Acesso a áreas ainda inexploradas
O moderno quebra-gelo e navio-sonda de 200 metros de comprimento e com capacidade para levar 120 cientistas e tripulantes, poderá chegar a áreas do Ártico central até agora inexploradas. Sua capacidade de perfuração é de até mil metros abaixo do solo marinho, até uma profundidade marítima de 5 mil metros. A embarcação será construída de forma a poder manter sua posição sem necessitar de ajuda externa, mesmo que haja movimentação dos blocos de gelo ao seu redor.
Outra peculiaridade do navio, segundo o AWI, são seus dois moonpools – aberturas destinadas à manobra de equipamentos pesados que são arriados no mar – de 7m x 7m, no centro da embarcação. Eles permitem baixar material ao mar sem provocar vento ou ondas, explicaram fontes do instituto.
(Deutsche Welle, 06/12/2008)