A FAO fez hoje um alerta sobre as emissões de gases do efeito estufa vindas da agricultura e, a CarbonoBrasil aproveita a ocasião para lançar um especial que faz uma radiografia do problema no mundo e no Brasil
Justamente na semana de abertura da Conferência de Mudanças Climáticas, na Polônia, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) chama a atenção do mundo para um setor responsável por 13,5% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) e que pressiona fortemente áreas de preservação ambiental como a Amazônia.
“A agricultura e o desmatamento são os grandes contribuintes para as mudanças climáticas, mas os mesmos fazendeiros e usuários da floresta poderiam ser os principais agentes para reduzir as emissões de gases do efeito estufa”, disse hoje o assistente do Diretor Geral da FAO, Alexander Müller.
Para mostrar a real dimensão do problema no mundo e no Brasil, a CarbonoBrasil lança hoje o especial “Agricultura e os desafios ambientais”, que será publicado no decorrer do mês de dezembro.
Os GEE das florestas e agricultura somam 30% das emissões anuais totais, com o desmatamento e a degradação florestal respondendo por 17,4%, segundo dados da FAO. A agricultura responde ainda por 50% das emissões mundiais de metano, vindas dos rebanhos de animais e plantações de arroz, e mais de 75% das emissões de óxido nitroso, vindas principalmente da aplicação de fertilizantes.
O crescimento populacional impulsiona o consumo de grãos, que também são fonte para a geração de bicombustíveis. A necessidade cada vez maior de plantio força a expansão das barreiras agrícolas, que avançam em direção às áreas de proteção ambiental, como a Amazônia. Com o desmatamento, crescem as emissões de gases do efeito estufa, acelerando o processo de aquecimento global.
Müller afirmou que são necessários mecanismos financeiros para promover o potencial de mitigação de mudanças climáticas que existe nestes setores, particularmente com usuários de terra de pequena escala em países em desenvolvimento.
Algumas medidas citadas pela FAO são o uso mais eficiente de variedades nas plantações, um melhor controle de queimadas, melhorias no gerenciamento de recursos naturais, captura de biogás em granjas, restauração de terras, gerenciamento de solo orgânico e a promoção de sistemas agro-florestais.
(Por Paula Scheidt,
Carbono Brasil, 04/12/2008)