A dona do imóvel convocou parentes para proteger terrasIntegrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltaram a invadir uma fazendo em Ponte Alta do Norte, na Serra Catarinense. Os donos bloquearam a estrada.
A 15 quilômetros da cidade, a Fazenda Campo do Paiol foi embargada em agosto de 2006, quando a Polícia Ambiental flagrou desmatamento para plantio de pinus em 300 hectares. Um mês depois, o MST invadiu o local. A Justiça decretou a reintegração de posse, mas a decisão não chegou a ser cumprida e os agricultores saíram só em julho deste ano. Na tarde de quarta-feira, algumas famílias voltaram ao local.
A proprietária Zenilda Goetten convocou parentes e amigos. Sem arredar da porteira, eles negam possuir armas, mas admitem ter "ferramentas" para se proteger. Ontem, Zenilda fez novo pedido de reintegração.
- A multa pelo crime ambiental foi paga e a recuperação da área estava sendo feita - alegou.
Pelo menos 50 famílias devem se instalar nos próximos dias para plantar alimentos. As 40 crianças vão estudar no acampamento, e o atendimento médico deve ser garantido pelo município.
- Não concordamos com a forma como é feita a recuperação ambiental. Como a área está em processo de desapropriação, vamos ficar até conquistarmos um lugar para viver - disse Jacó Tonqel, 56 anos, acompanhado da mulher Zenilda, 49 anos, e dos netos, Amanda, cinco anos, e Eduardo, oito anos.
Hoje, um ouvidor agrário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) mediará a negociação entre os proprietários e o MST.
(Por PABLO GOMES,
Diário Catarinense, 05/12/2008)