- Texto e foto enviados por Ana Maria Chassot Ledur
Como moradora da Travessa Saúde, já tive oportunidade de registrar neste conceituado jornal as benesses naturais que desfrutam os moradores da parte alta da cidade situada entre a Avenida Cristóvão Colombo e a Avenida Plínio Brasil Milano, próximo ao Hospital Militar (HGPA).
Ocorre que na calada do último final de semana, precisamente sábado, após o meio-dia, em um sol escaldante, nada de ‘saudável’ ocorria em nosso bairro. Eis que uma frondosa árvore guapuruvu com mais de meio século, erguida na esquina da Rua Germano Petersen Jr. com a Avenida Cristóvão Colombo, foi dilacerada e colocada abaixo.
Após os moradores do entorno terem protestado, foi apresentado um termo no qual o condomínio comercial situado no mesmo terreno da árvore solicitava a derrubada da espécie. Este termo era assinado por um biólogo da Smam autorizando o corte da mesma, desde que não houvesse nidificações. Perguntei aos ‘homens das motosserras’ quem havia verificado a não existência de ninhos de pássaros na árvore. Não obtive resposta, e o biólogo responsável não se encontrava no local para autorizar de fato o corte.
A alegação do laudo para o corte é de que a mesma apresentava-se ‘irrecuperável’, sem ter justificativas para tal procedimento. Mas, como registram fotos tiradas no local, uma árvore com alto porte, galharia verde, o cerne vivo sem qualquer falha, poderia ter sido salva com pouca manutenção. Para mim, fica a dúvida: por que destruir com tanta euforia o que a natureza gratuitamente nos deu? Não precisamos ir longe, basta assistir ao que nossos vizinhos de Santa Catarina estão passando. É a mãe natureza saturada das arbitrariedades do ser humano.
Seguem fotos do momento em que esquartejavam o guapuruvu. Com meus protestos sem ecos, só restou me ausentar antes de ver a árvore caída no chão.”
- Texto enviado por Vanessa Michelon
“Estou recorrendo à redação da Zero Hora para saber qual a justificativa para o corte de uma enorme árvore localizada na Av. Cristóvão Colombo, esquina com Rua Germano Petersen Jr., no bairro Auxiliadora.
Não entendo de árvores, mas posso acreditar que aquela fosse uma centenário, ou quase isso. Também não via nenhum risco ou problema na qual ela pudesse estar provocando. O corte foi feito no sábado, dia 29.
Gostaria muito de ter uma resposta, que tem que ser muito convincente para justificar tamanha barbaridade.”
Contraponto
O que diz a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), por meio da sua assessoria de imprensa
Informamos que foi autorizada a remoção emergencial do guapuruvu após vistoria, laudo técnico e ocorrência de queda parcial da copa da referida árvore sobre veículo estacionado na via pública. As condições estavam comprometedoras, e a árvore poderia cair sobre pessoas na calçada. Foi exigida compensação ambiental, com plantio de dois cedros na área interna do imóvel e 20 carobas na zonal norte da Smam.
(ZH, 04/12/2008)