As emissões de gases do efeito estufa nos Estados Unidos cresceram 1,4% no ano passado, já que o clima obrigou a população a reforçar o uso de aquecedores e do ar-condicionado, além de reduzir a capacidade das hidrelétricas, disse a Administração de Informação de Energia, um órgão federal, nesta quarta-feira (3).
O novo dado torna ainda mais ambiciosa a meta do presidente eleito Barack Obama de que as emissões de gases do efeito estufa voltem até 2020 aos níveis de 1990, e caiam outros 20 por cento até 2050.
No ano passado, as emissões dos EUA estavam 16,7% acima dos níveis de 1990, e 1,7% acima de 2006, segundo a AIE. Os EUA são o maior emissor de gases do efeito estufa do mundo depois da China.
No ano passado, os norte-americanos emitiram 7,282 bilhões de toneladas de dióxido de carbono ou equivalente, a maior parte devido à queima de combustíveis fósseis.
As emissões anuais dos maiores poluidores globais são acompanhadas com atenção pelos participantes da reunião deste mês da ONU em Poznan (Polônia), que serve de preparação para um novo tratado climático global, a ser definido no final de 2009 para entrar em vigor em 2013.
Os Estados Unidos são o único país industrializado que não ratificou o atual tratado, conhecido como Protocolo de Kyoto, que exige que 37 países ricos reduzam as emissões de carbono.
O relatório da AIE mostrou o impacto que o clima pode ter sobre as emissões anuais, já que as temperaturas mais amenas de 2006 haviam provocado uma ligeira queda, segundo Paul McArdle, porta-voz da agência.
Na opinião dele, o cumprimento das metas propostas por Obama será "uma tarefa substancial". A AIE projetou em relatórios anteriores que as emissões dos EUA para a geração de energia cresceriam a uma taxa anual de 0,5 por cento entre 2005 e 2030, mantidas as condições habituais.
(Estadão Online, AmbienteBrasil, 04/12/2008)