Activistas da organização ecologista internacional Greenpeace bloquearam o descarregamento de carvão de um cargueiro com pavilhão do Panamá na central dinamarquesa Enstedvaerket, para protestar contra a utilização deste combustível prejudicial ao clima. “Tomámos esta iniciativa porque a combustão do carvão destrói o clima”, explicou Tarjei Haaland, da Greenpeace Nordic, em comunicado.
A organização pretende ainda “dirigir uma mensagem” aos Governos que estão a participar na conferência das Nações Unidas sobre o clima em Poznan, Polónia. Quer dizer-lhes que “é altura de agir seriamente” contra as alterações climáticas e pela protecção do ambiente.
Os delegados de 185 países reunidos em Poznan estão a entrar no segundo ano de negociações sobre como poderá o mundo reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Até 14 de Dezembro deverão encerrar vários dos dossiers ainda em aberto para que seja possível encontrar um sucessor do Protocolo de Quioto na cimeira de Copenhaga, a realizar no final de 2009.
A Dinamarca, enquanto “anfitriã das negociações climáticas mais importantes de sempre, deve estar na linha da frente e abandonar o carvão (...) que tem efeitos devastadores no clima, no ambiente e na saúde”, escreveu Haaland.
Este país escandinavo, segundo a Greenpeace, é o “quinto maior importador de carvão do mundo”, com origem, “principalmente da África do Sul, da Colômbia, da Rússia, da Polónia e da Austrália”.
Ontem, três membros da Greenpeace tentaram em vão subir a bordo do cargueiro “Hanjin Imabari”, vindo da África do Sul com 150 mil toneladas de carvão destinadas à central de Enstedvaerket à Aabenraa. Os militantes foram detidos, segundo a polícia, mas acabaram por ser libertados pouco depois.
Esta operação foi “uma acção de protesto contra a importação e queima de 8,3 milhões de toneladas de carvão por ano na Dinamarca, provocando 19 milhões de toneladas de emissões anuais de CO2” (dióxido de carbono).
Os activistas conseguiram fixar uma faixa onde se lia "Quit Coal" ("Abandonem o carvão") no cargueiro. Ontem, a Greenpeace protestou contra o carvão na Polónia.
(AFP, Ecosfera, 03/12/2008)