Controle sobre fontes de poluição hídrica com o recolhimento de azeite usado e recomposição de mata ciliar em arroios estão entre as 36 propostas ambientais para a região.
Desde ontem estão sendo divulgadas as avaliações dos projetos de captação e aplicação de recursos para 36 atividades de educação ambiental na Bacia do Rio dos Sinos. Os trabalhos foram o “tema de casa” para os participantes do curso Educação Ambiental – Conceitos e Legislação, ocorrido em outubro, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
Depois de receberem dicas de onde estão os recursos, as regras para se candidatar às verbas e como elaborar projetos para o financiamento de suas iniciativas, professores, jornalistas, membros de ONGs ambientais, representantes de empresas de saneamento e outras entidades tiveram até 24 de novembro para colocarem o conhecimento em prática e elaborarem um projeto que possa realmente concorrer a verbas e sair do papel.
O curso foi patrocinado pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap S/A), realizado pela Unisinos e executado pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio dos Sinos (Comitesinos), dentro das atividades previstas pelo Programa Permanente de Educação Ambiental da Bacia Sinos.
Propostas
Entre as propostas elaboradas pelos alunos, estão projetos de controle sobre fontes de poluição hídrica com o recolhimento de azeite usado, propostas de recomposição de mata ciliar em arroios e outras iniciativas. A intenção é de que os projetos sejam implantados nas cidades de seus proponentes, o que abrange Campo Bom, Canoas, Caraá, Esteio, Gramado, São Leopoldo, Igrejinha, Novo Hamburgo, São Francisco de Paula, Parobé, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Taquara e Três Coroas.
Segundo a coordenadora do Programa Permanente de Educação Ambiental da Bacia Sinos, coordenado pelo Comitesinos, Viviane Nabinger, a iniciativa é importante para multiplicar e qualificar as ações de preservação e recuperação ambiental na região. “Recursos existem, mas muitas vezes se perdem porque as pessoas não sabem onde procurá-los nem como se candidatarem”, explica Viviane. “Ou como administrá-los”, acrescenta a coordenadora, referindo-se à necessidade de um cronograma realista e uma boa prestação de contas. “Se um proponente coloca no papel que fará tal coisa, tal coisa terá que ser feita. E a prestação de contas terá que fechar direitinho, para que ele possa depois concorrer a outras verbas.”
Uma das principais dificuldades identificadas entre os trabalhos apresentados foi a definição de critérios e parâmetros para a avaliação dos resultados das atividades propostas. “Por exemplo, digamos que eu tenha um trabalho que busque o controle do esgoto doméstico. Nele, a meta é que, ao final das atividades, 100 casas instalem sistema de fossa. Na prática, 50 acabam aderindo à idéia. Pronto, meu trabalho teve 50% de eficiência.”
A idéia é que a carência não prejudique quem queira apostar em sua idéia. A coordenadora explica que, quanto os trabalhos que precisarem ajustes e cujos autores pretendam realmente arriscar uma busca por verbas, o Comitesinos poderá dar suporte para as correções. “Na quarta e na quinta estaremos encerrando a parte formal do curso, com avaliação e entrega dos certificados. Mas o vínculo continua.”
Oportunidades
A apresentação hoje é em Igrejinha. Quatorze dos projetos terão sua avaliação comentada a partir das 9h, no Centro de Atividades Ambientais Augusto Kampff. A avaliação dos 22 trabalhos restantes será apresentada na quinta-feira, entre as 13h30 e as 17h30, na Sala de Seminários I da Biblioteca Unisinos, em São Leopoldo.
“Infelizmente, alguns participantes (foram 14, entre não entregues e atrasados) perderam o prazo de entrega e especialmente e oportunidade do exercício de elaboração de projetos”, lamenta Viviane. Afinal, todos aprenderam que, tratando-se de projetos, prazos também são cruciais. Mas a coordenadora festeja o percentual de aproveitamento (72%), considerado satisfatório.
Ao todo, o curso teve 30 horas/aula. A primeira etapa, em 22 de outubro, foi ministrada pelo professor Paulo de Almeida Saul, do curso de Biologia da Unisinos. Ele falou sobre a conceituação, histórico e vertentes da Educação Ambiental. Saul também abordou a metodologia da elaboração de projetos. O segundo dia em sala de aula teve as palestras do consultor de projetos e políticas ambientais, Francisco Carlos Bezerra e Silva, e da representante do Comitesinos (e dos outros comitês de bacia gaúchos) na Câmara Técnica de Educação Ambiental do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), Ione Gutierrez.
Bezerra tratou da legislação pertinente à Educação Ambiental e dos programas federais e ações de iniciativas privadas onde podem ser buscados recursos. Neste caso, o palestrante falou sobre as regras de cada um e deu sugestões de "macetes" na hora de preparar os projetos, como atenção aos prazos, diagnóstico, clareza de objetivos e atenção aos imprevistos na execução dos trabalhos. Já Ione abordou a política estadual para Educação Ambiental.
Outras informações pelo www.comitesinos.com.br http://www.comitesinos.com.br/
(EcoAgência*, 03/12/2008)
*Colaboração da Assessoria de Imprensa do Comitesinos