Reivindicação histórica do movimento indígena, a 1ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, começa a sair do mundo das idéias para se consolidar no chão da aldeia. Um passo importante para o governo, a sociedade e os setores sociais na concretização da conferência foi dado terça-feira (2/12) com o seu lançamento oficial, em Brasília, no auditório do Ministério da Educação.
Mas o passo esperado com mais entusiasmo pelos indígenas vai ser dado em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, onde acontecerá a primeira conferência regional, a partir do dia 16 de dezembro. Ao todo, serão realizadas 18 conferências nas regiões, cuja divisão obedece ao critério de territórios étnicos. “A meta é ouvir e discutir os temas com representantes de pelo menos 1.500 comunidades escolares indígenas de todo o Brasil”, apresentou Gersen Baniwa, coordenador da educação escolar indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad).
A metodologia dos encontros compreende cinco eixos temáticos: educação e territorialidade; políticas pedagógicas da escola, ciência pedagógica e a pedagogia indígena (modos de vida e transmissão de conhecimentos); políticas, gestão e financiamento da educação (regime de colaboração entre União, estados e municípios); participação e controle social dos recursos das escolas; definição de novas diretrizes da educação escolar indígena (modalidades e níveis de ensino).
Para Anastácio Peralta, liderança Guarani e representante indígena na comissão de organização da conferência, a consolidação desta reivindicação do movimento tem um sentido que vai além da educação. “Mostra que nós [indígenas] temos condições de apontar caminhos para o que vem acontecendo no mundo”, disse e complementou sobre o verdadeiro sentido de educar “temos que pensar a natureza como um algo que faz parte da nossa vida”.
A 1ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena acontece de 21 a 25 de setembro de 2009, em Brasília.
(Cimi, 03/12/2008)