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Estação Ecológica da Juréia
2008-12-03

Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Unidade Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (Procam/USP)

Ano: 2008

Autora: Carolina Peixoto Ferreira 
Contato: procam@usp.br

Resumo:
A Estação Ecológica de Juréia -Itatins (EEJI) é uma unidade de conservação de Proteção Integral. Tal categoria objetiva a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas, sendo a visitação pública consentida apenas quando destinada a atividades educacionais. Embora a lei proíba a ocupação humana no interior das Estações Ecológicas, a EEJI já comportava residentes no ato de sua criação em 1986, que em 1991 totalizavam 1531 pessoas. Conseqüentemente, a EEJI apresenta conflitos sociais decorrentes das restrições provenientes da política ambiental que passou a fazer parte da vida desses moradores. Nesse contexto, esta dissertação de mestrado quer verificar se há correlação entre a existência desses conflitos e as diferentes percepções ambientais de cinco grupos sócio -culturais envolvidos na gestão ambiental deste território comum, quais sejam: (i) os funcionários da administração, (ii) os guarda-parques, (iii) as entidades da sociedade civil organizada, (iv) os pesquisadores e (v) os moradores. Por intermédio de entrevistas de questões abertas e de observações indiretas feitas em campo sobre as relações humanas e suas interações com o espaço, analisaram-se os significados, as atitudes e as valorações desses grupos diante do ambiente natural e construído da EEJI e identificaram-se as suas expectativas em relação à gestão ambiental desta unidade de conservação. Os resultados da pesquisa indicaram que as diferentes percepções ambientais de fato estão atreladas aos conflitos, mas também destacaram vários pontos de convergência nessas alteridades perceptivas. Há abertura a uma gestão mais democrática que concilie a conservação das riquezas naturais e culturais da Estação. Existe a percepção de que a centralização do poder nas mãos do Órgão Público responsável pela EEJI apresenta uma maior probabilidade de ocorrência de conflitos. A ordem inversa, que contemple e conheça as dinâmicas sociais e ambientais do lugar e que assegure a participação dos grupos envolvidos, é reconhecida pelos entrevistados como um caminho mais eficaz e justo para a resolução desses impasses. Nesse sentido, o estudo de percepção ambiental, mostra-se como uma importante ferramenta política, uma vez que revela e contextualiza a realidade local, fornecendo subsídios ao planejamento e à gestão, evitando ou minimizando os conflitos provenientes de ações incoerentes com as realidades. Conceitos geográficos como espaço, paisagem, território e lugar amparam as discussões realizadas neste estudo.


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