O trabalho realizado pelo líder sindical e ambientalista Chico Mendes será lembrado nesta quarta-feira (03/12), em sessão solene do Congresso Nacional, às 11h. Antes, às 10h, haverá debate com estudantes da rede pública do Distrito Federal sobre a luta dos seringueiros pela preservação da floresta amazônica e apresentação do cantor acreano Sérgio Souto. A homenagem, proposta pelos senadores Tião Viana (PT-AC), Marina Silva (PT-AC) e Cristovam Buarque (PDT-DF) e apoiada por diversos parlamentares, visa marcar os 20 anos do assassinato do líder acreano.
Participam da homenagem, ao lado de senadores e deputados, familiares do ambientalista, como sua esposa, Ilzamar Mendes, seus filhos e seu primo e também sindicalista Raimundo Barros. Foram convidados ainda os ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, além do jornalista Zuenir Ventura, autor de livro e de diversas reportagens sobre Chico Mendes. Também devem participar da sessão Suely Bellato, integrante da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e representantes do Conselho Nacional dos Seringueiros e do Fórum Brasileiro de ONGs e de Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - Fboms.
Chico Mendes foi fundador do Partido dos Trabalhadores no Acre e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. Em 1985, liderou o 1º Encontro Nacional de Seringueiros, que resultou na aprovação da proposta denominada União dos Povos da Floresta, unificando interesses de seringueiros e índios em defesa da Amazônia. Com a repercussão nacional e internacional do movimento, o ambientalista recebeu diversos prêmios, entre os quais o Global 500, oferecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Como resultado das ações lideradas por Chico Mendes pela preservação da floresta, são criadas reservas extrativistas no Acre, o que contraria interesses de grandes proprietários de terras da região. Seguidas ameaças de morte recebidas pelo ambientalista são reportadas a autoridades policiais, o que, no entanto, não evita o assassinato do sindicalista, em 22 de dezembro de 1988.
(Por Iara Guimarães Altafin, Agência Senado, 02/12/2008)