A maré alta invadiu a Praça de São Marco e todo o centro histórico de Veneza na segunda-feira, deixando uma das principais cidades turísticas da Itália completamente alagada. Desde o início da manhã, a sirene começou a tocar o alarme vermelho para avisar turistas e moradores sobre a subida da maré e o risco de alagamento.
Alto-falantes alertavam que o nível da água na cidade poderia chegar a 1,60 metro, marca que não era registrada desde dezembro de 1979. A maior parte da cidade amanheceu alagada devido à cheia, provocada pelos fortes ventos e pelas constantes chuvas que atingem toda a região.
Ponto mais alto
Com a cidade no norte da Itália alagada, as pontes para os pedestres intransitáveis e os vaporetti que fazem o transporte de passageiros parados, o prefeito de Veneza, Massimo Cacciari, pediu que as pessoas não se deslocassem para a cidade - a não ser em casos de máxima necessidade. "É uma maré alta excepcional", afirmou o prefeito. "Se não há nada indispensável para fazer, pedimos às pessoas que não venham até a cidade."
População já tinha sido avisada sobre alta
preventivamente avisada sobre a alta da água. Na manhã de segunda, as sirenes tocaram novamente, indicando que a cidade estava sendo alagada.
O ponto mais alto foi atingido às 10h45 desta-segunda-feira (7h45, horário de Brasília), com 1,56 metro - inferior a última enchente com nível similar, que ocorreu em 1º de fevereiro de 1986, com 1,58 metro.
Em dezembro de 1979, a maré alta em Veneza (fenômeno conhecido como água alta) chegou a uma altura de 1,66 metro. Já o recorde histórico foi registrado em novembro de 1966, quando a maré entrou na cidade provocando destruição e morte e atingindo 1,94 metro de água.
De acordo com informações do Centro de Marés da Prefeitura de Veneza, após atingir seu ponto máximo, a água começou a baixar devido à mudança de direção do vento e à diminuição de sua intensidade. Veneza sofre um tipo de cheia durante boa parte do ano. O governo está construindo um sistema de escoamento de água que deve ficar pronto nos próximos anos.
(BBC, Ultimo Segundo, 02/12/2008)