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arborização urbana
2008-12-02

Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP)

Ano: 2008

Autor: José Hamilton de Aguirre Junior
Contato: jhaguirr@gmail.com
Resumo:

O Bairro Cambuí surge com o início do povoamento da cidade de Campinas, no século XVIII, pelas incursões dos bandeirantes pelo interior do Brasil, através de uma estrada rústica que passava pelo local, denominada caminho dos Goiazes; um dos descampados, campinhos ou campinas do qual a cidade originou-se corresponde às proximidades da atual Praça XV de Novembro. O nome do bairro se deve à presença abundante, na época, da espécie denominada cambuí, Myrciaria tenella (DC.) O.Berg., em sua área, que a população, originalmente, chamava de cambuizal. O bairro constituiu-se, inicialmente, em morada e habitação para prostitutas e negros escravos, fugidos e libertos, tendo relação direta com essa importante etnia; posteriormente, passou a ser residência da nova elite cafeeira em ascensão. O ajardinamento público, a arborização viária do bairro, e da cidade de Campinas foram realizados para, juntamente à outras melhorias urbanas, transformar suas péssimas condições sanitárias, resgatando a auto-estima do campineiro e a sua qualidade de vida, após várias epidemias, que dizimaram e expulsaram parcela significativa de sua população. O acúmulo de capital oriundo da cultura do café permitiu a criação do grande patrimônio arbóreo, tanto do bairro, atualmente, com 47.000 moradores, quanto de Campinas, referendando-a. Realizou-se o censo da arborização viária do bairro, totalizando 2.087 árvores vivas, distribuídas em 117 espécies, 94 gêneros e 42 famílias identificadas, 21 indivíduos arbóreos e 12 palmeiras não identificadas, além, de 74 mortas. Existem 25,2 árvores a cada Km de calçada evidenciando uma carência, de 74,8 árvores/Km, nos seus 82.880m de passeio, resultando num total de 6.199 indivíduos, segundo a Lei 11.571. A espécie predominante foi a sibipiruna, Caesalpinia pluviosa DC., com 261 indivíduos (12,51%). As nativas representaram 1.117 exemplares (53,5%), distribuídas em 46 espécies; as exóticas, 937 (44,9%). As 10 primeiras espécies concentram (54,2%), 1.131 árvores, destacando-se a presença de 5 nativas e 5 exóticas (2 delas arbustivas); a primeira colocada desta categoria, a pata de vaca, Bauhinia variegata L., com 129 indivíduos (6,18%). Os principais problemas foram: afloramentos de raiz (24,39%), árvores desequilibradas por poda (22,62%), pragas (6,09%) e doença (1,39%). As substituições recomendadas por risco, sub-aproveitamento do local de plantio (pela utilização de arbustos), senescência das árvores e morte totalizam 497 indivíduos (23,81%). A falta de fiscalização, planejamento, acompanhamento e manejo técnicos, práticas adequadas por parte das concessionárias de serviços públicos aéreos e subterrâneos, a especulação imobiliária, prestadores de serviços, comércio, a própria população, o tráfego intenso e a poluição de veículos, tornam crítico o estado atual dessa arborização, ameaçando a história do bairro. Este bem comum deve ser o foco de políticas públicas que garantam a sua efetiva proteção. Como um dos benefícios à municipalidade, destaca-se, a área ocupada pela copa das árvores (13,92ha), superior à de várias áreas verdes centrais municipais.


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