A diretoria da Vigilância Ambiental do Distrito Federal inicia na próxima quinta-feira (4/12) a divulgação da lista de animais contaminados pela leishmaniose na região do Lago Norte. Por determinação do Ministério da Saúde, os animais deverão ser sacrificados para evitar a contaminação da doença em humanos. O último levantamento constatou que 18% dos sete mil cães que vivem no bairro apresentam o protozoário no organismo. A transmissão só ocorre por meio do mosquito-palha (flebótomo). A doença, no caso da leishmaniose visceral, causa nos humanos danos ao baço, ao fígado e medula óssea.
A diretora da Vigilância Ambiental do DF, Rosely Cerqueira, confirmou que a medida recomendada pelo Ministério da Saúde será seguida. Segundo ela, depois que os laudos forem entregues para o conhecimento dos proprietários, os cães deverão ser sacrificados. “Alguns proprietários dos cães contaminados já se anteciparam e encaminharam seus animais para a eutanásia”, disse.
O administrador regional do Largo Norte, Humberto Leda, acha importante que os moradores estejam consciente da importância de não manter em casa um animal doente. “Acredito que a comunidade é consciente do risco de ter um cão contaminado, que não tem cura. Ficar com um cão contaminado é pôr em risco outras pessoas”, afirmou.
O resultado da pesquisa e a decisão de sacrificar os animais são contestados pela Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal (ProAnima). A organização orienta os donos de cães a fazerem novos exames em seus animais. A entidade afirma que há tratamento para cães com leishmaniose.
De acordo com a diretora da Vigilância Ambiental do DF, Brasília registrou, em 2008, quatro casos de leishmaniose em humanos (todos na área rural de Sobradinho), segundo Rosely Cerqueira. O número coloca o Distrito Federal Brasília em área de média transmissão.
Entre as medidas de prevenção contra a contaminação de leishmaniose em cães estão o uso de coleiras, repelentes e vacinação. As pessoas devem evitar ambientes externos no período de atividade do mosquito (crepuscular e noturno), usar repelentes e colocar telas nas janelas das casas. Outras medidas preventivas são o acondicionamento correto do lixo e a limpeza de quintais e abrigos dos animais.
(Agência Estado,
Correio Braziliense, 30/11/2008)