Entidades ambientalistas se reuniram na sexta-feira (28/11) em Ubatuba (SP) para discutir a criação de áreas protegidas como ferramenta para a conservação dos mares e recuperação do bioma marinho. Um dos assuntos mais polêmicos em debate foi a grande resistência das comunidades costeiras à recente iniciativa do governo paulista de criar três grandes áreas protegidas no litoral sul do estado.
"A proposta do evento foi discutir com as lideranças locais mecanismos de participação e mobilização popular, porque a atuação das comunidades e sociedade civil é fundamental para a efetivação das áreas marinhas protegidas", afirma Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de oceanos do Greenpeace no Brasil.
Para Peter Santos Németh, da Associação de Pescadores Enseada, as áreas marinhas protegidas são fundamentais para a sobrevivência das comunidades tradicionais costeiras. "As comunidades dependem da preservação dos oceanos para tirar seu sustento, e essas pessoas, por sua vez, têm um papel importante na conservação dos mares", diz.
O oceanógrafo da Associação Socioambientalista Somos Ubatuba, Henrique Luis de Almeida, que representou o Coletivo Ambientalista do Litoral Norte (CEAU) no debate, lembra da preocupação com os próximos passos depois da criação das áreas marinhas protegidas.
"Agora tem que haver um esforço do governo para a elaboração de um bom plano de manejo. Tem haver financiamento e uma metodologia que garanta a participação da comunidade na sua elaboração", frisa.
Estudo
O debate também marcou o lançamento da campanha do Greenpeace "Proteção dos Oceanos. Entre Nessa Onda", em Ubatuba. Na ocasião serão apresentados o relatório À deriva – Um panorama dos mares brasileiros e o vídeo O Mar é Nosso?. Os materiais trazem uma análise das condições do bioma marinho no Brasil e incentivam a criação de áreas marinhas protegidas como principal ferramenta para a recuperação da biodiversidade.
(Greenpeace, 28/11/2008)