As comemorações do Dia do Guaíba, celebrado desde 1996 no último domingo do mês de novembro, foram marcadas por shows musicais, atividades lúdicas e mobilização do Movimento de Defesa da Orla. A temperatura elevada, que atingiu a máxima de 33,5 graus na Capital, contribuiu para animar os festejos, que tiveram um pouco de tudo. As águas do Guaíba serviram para a prática de esportes náuticos e até banho. No calçadão de Ipanema, pessoas caminhavam, enquanto na pista da avenida Guaíba, porto-alegrenses andavam de bicicleta ou skate.
As homenagens ao Guaíba serviram para manifestações em favor da orla. Uma faixa colocada às margens, na avenida Guaíba, sintetizava a posição das entidades contra a aprovação do projeto Pontal do Estaleiro: 'A beira do Guaíba é do povo'. A vice-presidente da Agapan e conselheira da Associação dos Moradores do Bairro Ipanema, Sandra Ribeiro, afirmou que o principal objetivo do movimento é a defesa do Guaíba. 'Se o projeto for sancionado, corremos o risco de ver a orla coberta por empreendimentos imobiliários', imaginou Sandra.
O instrumentista e ator da peça teatral 'Tangos e Tragédias', Hique Gomez, abriu as atividades no palco montado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). Ele leu manifesto em apoio ao movimento, pedindo que o prefeito José Fogaça vete o Pontal do Estaleiro. 'Meu pai me ensinou a nadar no Guaíba, na Pedra Redonda. A água do chimarrão que bebo vem do Guaíba. Nós somos a água do Guaíba', disse o ator, que integra a diretoria da Associação dos Moradores do Sétimo Céu. Para ele, a aprovação do projeto abre precedente para privatização da orla. 'Não podemos permitir que nos tirem o pôr-do-sol', enfatizou.
(CP, 01/12/2008)