As épocas dos furacões em 2007 e 2008 foram as que tiveram menor atividade tropical no Hemisfério Norte durante os últimos 30 anos, conclui um estudo feito pela Universidade Estatal da Florida. O estudo, denominado "Actividade Global dos Ciclones Tropicais", utilizou o índice ACE (Energia Acumulada dos Ciclones) para determinar a maior ou menor intensidade da actividade em cada mês e ano. E a tendência descendente é nítida desde 2005.
O índice é habitualmente usado pela Administração Oceanográfica e Meteorológica Nacional dos EUA, a famosa NOAA, e tem em conta o número, a intensidade e a duração dos ciclones. Um dos autores do estudo, Ryan Maue, revelou que "a zona Norte do Oceano Pacífico tem produzido consideravelmente menos tufões e furacões do que o normal nos últimos 30 anos, apesar de a sua frequência e intensidade ser acima do esperado na América do Norte".
Por sua vez, Stan Goldenberg, investigador da NOAA, afirmou ao jornal norte-americano USA Today que "a noção simplificada de que o aquecimento dos oceanos provocado pelo aquecimento global conduz automaticamente a furacões mais frequentes e mais fortes não foi confirmada".
Estas conclusões vêm contrariar, de certo modo, as de um outro grupo de cientistas norte-americanos, que há poucos meses publicou um artigo na revista científica Nature onde concluía que os ciclones, furacões e tufões mais fortes e destrutivos estavam a tornar-se mais frequentes na maior parte da região dos trópicos. O grupo analisou os dados de satélite dos últimos 25 anos.
As tempestades tropicais formam-se quando a temperatura da água do mar à superfície ultrapassa os 26,5 graus centígrados e existe humidade na atmosfera. Para além do aquecimento global provocado pelas actividades humanas e da sua eventual influência, a incidência das tempestades tropicais é determinada por ciclos naturais como o "El Niño", que aumenta a temperatura dos oceanos.
(AEIOU, 01/12/2008)