Em dezembro, o governo federal realizará um novo leilão para compra de energia eólica. A revelação foi feita na última quinta-feira (27/11) à tarde pelo deputado Frederico Antunes (PP), depois da audiência que manteve com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, em Brasília. A governadora Yeda Crusius, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Alceu Moreira (PMDB), e o secretário de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, participaram do encontro.
Frederico Antunes afirmou que a notícia interessa muito à Fronteira Oeste e o Litoral. "As duas regiões têm projetos de implantação de novos parques, ampliando a oferta de energia e afastando o risco de um apagão aéreo no Estado", disse.
Outro tema da audiência foi a possibilidade de instalação de um terminal de GNL no Rio Grande do Sul. O ministro Lobão não confirmou, mas afirmou que existem grandes possibilidades disto ocorrer. Frederico Antunes lembrou que o desabastecimento que atinge o Estado, em decorrência da catástrofe ocorrida em Santa Catarina que provocou o rompimento do gasoduto, comprova a necessidade de lutar por uma base em solo gaúcho. "Com a atual estrutura, estaremos permanentemente expostos ao risco de suspensão no abastecimento em virtude da localização do Estado na ponta do gasoduto", justificou.
A solução para o impasse que envolve a usina térmica da AES de Uruguaiana, paralisada desde maio em conseqüência da suspensão no fornecimento de gás por parte do governo da Argentina, não foi apresentada pelo Ministério das Minas e Energia. O governo brasileiro aguarda uma posição oficial e definitiva das autoridades do país vizinho.
Durante a audiência, Frederico Antunes reiterou a sugestão para que a AES banque os custos de regaseificação e o transporte do gás até a usina, a partir do fornecimento de GNL por meio de um navio em fundeado em Baia Blanca, na costa argentina. O governo da Argentina teria de assegurar a isenção de tributos nas operações e a disponibilidade permanente dos dutos para o transporte do gás. "Precisamos desta garantia argentina, afinal, o país já não cumpre o contrato de fornecimento de gás que está em vigor", argumentou o deputado. Disse também que cabe ao governo brasileiro liderar as negociações.
Os técnicos do ministérios consideraram a proposta viável e iniciarão os estudos de viabilidade. A desativação e transferência em módulos da usina de Uruguaiana é uma ameaça permanente. "isso seria um desastre para Uruguaiana e para toda a Fronteira Oeste", advertiu Frederico Antunes.
(Por Cristiano Guerra, Agência de Notícias AL-RS, 28/11/2008)