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biocombustíveis agricultura intensiva
2008-12-01

Diferentemente da China ou dos países do Golfo, a UE não compra diretamente terras nos países em desenvolvimento para garantir alguns de seus abastecimentos agrícolas. Mas seus hábitos alimentares e suas opções energéticas determinam igualmente a orientação das políticas agrícolas nesses países, segundo um estudo da organização não-governamental Friends of the Earth (FOE - Amigos da Terra) publicada nesta sexta-feira (28/11).

"Todo ano a Europa utiliza 16 milhões de hectares para produzir gêneros agrícolas necessários ao abastecimento de suas usinas de biocombustíveis e para alimentar o gado consumido por sua população. Mas somente 13% dessas superfícies ficam em seu território", afirma a FOE, que denuncia a "seleção" de terras que isso implica em contrapartida para os países que garantem seu abastecimento.

Esse número foi obtido convertendo em superfícies, a partir do rendimento médio por hectare, as toneladas de soja, palma e cana-de-açúcar importadas em 2007 pela UE. A América Latina (Brasil e Argentina em particular) é a mais diretamente envolvida nessa situação, pois ela garante cerca de três quartos das importações de que a UE necessita. A alimentação animal ainda representa o essencial dessas trocas, mas o aumento da demanda para os biocombustíveis modifica esse equilíbrio.

Soja ocupa 16% da floresta amazônica
Há poucas semanas da discussão do pacote clima-energia pelo Conselho Europeu, no qual o objetivo de produção de biocombustíveis deve ser contido, a ONG adverte sobre as conseqüências que poderia ter uma opção maximalista. Para chegar a 20% de energias renováveis até 2020, a comissão propôs que os países elevem a participação dos biocombustíveis no transporte rodoviário para 10%, contra os 3% atuais. Essa meta, que é objeto de vivos debates na UE, contribuiria para agravar "as pressões sobre as florestas primárias da Amazônia, a insegurança alimentar e os conflitos sociais", segundo a FOE.

A UE importa basicamente soja do Brasil e da Argentina. Mas "essa cultura é um dos vetores principais do desmatamento", indica o estudo, salientando as contradições dos 27 [países-membros da UE], que além disso se mostram no cenário internacional como os líderes da ação contra o aquecimento climático. O desmatamento é responsável por 18% das emissões de gases do efeito estufa.

A produção de soja mais que duplicou em 15 anos na América Latina. O Brasil é o segundo produtor mundial. Os especialistas estimam que 16% da Floresta Amazônica já foram transformados em soja. Depois de vários anos de calmaria, o desmatamento recomeçou em 2007. Em resposta direta ao aumento dos preços nos mercados internacionais, 770 mil hectares foram arrasados entre agosto de 2007 e agosto de 2008. Esses "desvios" de terra também pesam sobre as produções alimentícias. Na Argentina, as superfícies dedicadas ao arroz recuaram 44% nos últimos anos, as dedicadas ao milho 26%, provocando um encarecimento desses gêneros nos mercados locais.

Enfim, o estudo aponta os efeitos dessa agricultura intensiva sobre o meio ambiente. "A maioria da soja cultivada é originária de uma semente geneticamente modificada, a Roundup Ready da Monsanto. Essa semente desenvolveu uma resistência aos herbicidas, embora os exploradores despejem cada vez mais produtos químicos em seus campos, provocando a poluição dos rios", conclui a ONG.

(Laurence Caramel, Le Monde, UOL, 29/11/2008)


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