A movimentação portuária no país deverá totalizar 800 milhões de toneladas entre produtos importados e exportados neste ano. Resultado que mantém a média de crescimento sobre o ano anterior de 40 milhões de toneladas ano, sendo um indicador animador de que a crise mundial não refletiu na movimentação dos portos brasileiros, apontou o presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários, Wilen Manteli.
'Ainda é cedo para fazer prognósticos do impacto da crise na movimentação dos portos. Lamentamos que a turbulência veio num momento em que o país precisa investir muito em portos', salientou. Com a atual situação, o setor tem de enfrentar dois problemas: a crise internacional e as indefinições do governo quanto à definição dos marcos regulatórios. Segundo ele, o excesso de burocracia da União atrasa os investimentos nos portos do país. Nos últimos sete anos, lembrou, o governo não realizou nenhum processo licitatório para portos no país. 'Podíamos ter um conjunto de terminais modernos, o que possibilitaria o aumento da movimentação portuária no país, com redução de custos e agilidade no processos', enfatizou.
No Rio Grande do Sul, o setor portuário pode ser alavancado. Segundo o presidente da ABTP, o porto de Rio Grande tem excelentes terminais públicos e privados, além do terminal de contêiner de última geração. Com relação ao porto de Porto Alegre, o governo deve avançar na melhoria do acesso hidroviário às lagoas e aos rios, uma maneira de estimular o transporte e mudar a malha rodoviária gaúcha.
Os governos federal e estadual anunciaram investimentos de R$ 200 milhões no Porto de Rio Grande para dragagens e escavações e manutenção do calado. A profundidade passará para 18m e caberá ao governo federal o trabalho no canal, que hoje tem 14m fora dos molhes da barra. No canal interno, entre os molhes e o píer, com 11.700m de extensão, o aumento passará de 14m para 16m, de acordo com a Superintendência do Porto de Rio Grande.
(Por Mônica Bidese, CP, 30/11/2008)