Água potável está se tornando escassa nos grandes centros urbanos. Distância de fontes encarece transporte e tratamento do líquido.
O brasileiro gasta mais água que a média mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a entidade, para higiene e consumo geral, uma pessoa precisa de cerca de 110 litros de água por dia. No entanto, no Brasil, gasta-se o dobro, 220 litros por dia, ou mais.
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Pesquisadores da universidade de Brasília calcularam o quantidade água que se gasta para levar comida à mesa. Para criar um boi, são 100 mil litros de água. A produção de um quilo de arroz, desde a lavoura, gasta 500 litros. Já o cafezinho, da plantação à cozinha, precisa de 140 litros de água para cada xícara. A dona de casa Fabiana Randt não imaginava. “É muita coisa, pra uma única xicrinha de café é muita água”.
Desperdício
É sem perceber que o brasileiro gasta muito mais água do que poderia. A torneira aberta mais tempo que o necessário. O banho demorado demais. O cafezinho, por exemplo, continua custando caro mesmo depois de a xícara ficar vazia. E a água vai pelo ralo, suja. Deixá-la em condições de consumo exige trabalho e tecnologia. E o que é mais grave: a água potável está ficando escassa.
“Principalmente nos grandes centros urbanos, a água cada vez tem que ser buscada mais distante. E essa distância cada vez mais aumenta o custo do transporte e do tratamento dessa água”, diz o especialista Max Demattos.
Em um encontro em Belo Horizonte, representantes da Organização das Nações Unidas, empresários e ambientalistas de vários países fazem o alerta. “Muitos rios não têm mais água limpa, aquela água que não tem fertilizantes, que não tem produto químico”, afirma o engenheiro Milton Nogueira da Silva. “Se faltar água vai ter menos produção de alimentos”, completa
Fabiana faz a parte dela: reduziu o consumo. a conta baixou. “O bolso é uma conseqüencia, o principal mesmo é o meio-ambiente. O futuro depende do que eu fizer e que todo mundo fizer hoje”, finaliza ela.
(G1, 29/11/2008)