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leilão de energia matriz energética tecnologias limpas
2008-11-29

Conhecimento profundo. Disparidades de pensamentos. Entendimentos diferenciados. Porém, convergência de interesse e fomentar o processo de geração de energia a partir da força do vento. Foram os principais saldos registrados ontem no evento Energia Eólica na Região Sul, promovido pela Secretaria de Infra-Estrutura e Logística do governo rio-grandense, em parceria com Prefeitura Municipal de Santana do Livramento, Câmara Municipal e apoio do Grupo Fortuny - Energias Renováveis.

Técnicos com mestrado e doutorado ministraram palestras esclarecedoras sobre o mundo da energia eólica e, logo após o término das apresentações, uma rodada de perguntas e respostas. Muitas perguntas, entretanto, permaneceram sem resposta, pois não cabia a nenhum dos presentes encontrar o argumento certo para contrapor esses questionamentos, os quais versavam principalmente a respeito de datas do leilão exclusivo, valor que a União se dispõe a pagar pelo Megawatt-hora, prazos de fornecimento de energia, realidade futura dos empreendimentos, entre outros pontos.

Se, de um lado, as respostas eram parcas, em outro front de combate, pouco antes do encerramento do evento bons ventos sopraram a partir de Brasília, onde a governadora Yeda Crusius e uma comitiva composta, entre outros pelos deputados Alceu Moreira, presidente da Assembléia Legistativa e Frederico Antunes, conseguia a informação que todos desejavam ver concretizada: o leilão exclusivo para empreendedores de fontes alternativas na modalidade eólica será realizado em janeiro. Palavra do ministro Edison Lobão, titular do Ministério das Minas e Energia.

Enquanto os debates prosseguiam no auditório da Acil, Antunes e Moreira entravam no ar, ao vivo, no programa Conversa de Fim de Tarde, da RCC FM para dar a notícia e as confirmações sobre as perspectivas em torno do tema

Valor de leilão exclusivo é ponto chave
Qual o motivo pelo qual ainda não se concretizaram os projetos eólicos na região? A resposta é simples: o preço fixado pelo governo federal para o Megawatt hora de energia gerada a partir da fonte eólica é insuficiente para cobrir os custos, segundo os empreendedores. O que falta para que se concretizem os projetos? O governo federal, via MME, deve fazer uma chamada (publica edital com as regras e realiza leilão, já dizendo quanto vai pagar pela quantidade “x” de energia que adquirirá, fixando prazos e também o período de vigência). Resultado: os investidores não participam da concorrência pública. Os projetos eólicos não saem do papel. A tendência é de que exista uma convergência, com as conversações entre o Ministério das Minas e Energia e os investidores.

A questão ecológica foi um dos temas preponderantes durante todas as etapas dos processos que envolvem empreendimentos eólicos. Esse foi um dos vários enfoques dados pelos palestrantes ao desenvolverem análises sobre os cenários futuros e a demanda de energia elétrica no país no futuro. Vários foram os palestrantes que se manifestaram a esse respeito durante o evento Energia Eólica na Região Sul, realizado no auditório da Acil, das 14h até 19h de ontem.

Lideranças locais, do Exércio, Polícia Rodoviária Federal, religiosos, como do Exército da Salvação, professores, entre uma série de outros representantes da comunidade santanense, estiveram presentes, participando dos debates, como o ex-prefeito Glênio Pereira Lemos, que marcou presença, acompanhando as atividades.

O presidente do Grupo Fortuny, Antônio Badra, fez um enfoque diferenciado a respeito do significado da energia eólica para a região. Mencionar a importância, segundo ele, é destacar a transformação econômica e social permitidas através dos investimentos e usinas eólicas. Badra disse que os objetivos da Fortuny são específicos na área de energia eólica, pois esta não depende de fatores externos, é limpa, assim como a intenção do grupo é contribuir com a matriz energética brasileira. Citou as três metas esperadas pelo grupo: a quantidade de megawatts mínima de 400/ano, o preço compatível - R$ 230,00 Mw/hora e leilões periódicos em 10 anos. Assim será possível o desenvolvimento regional responsável e sustentável.

O engenheiro Aymoré de Castro Alvim Filho, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), abordou a regulação das fontes alternativas. Explicou, na prática, todo o funcionamento do processo a partir da demanda até a venda da energia, citando exemplos específicos entre os tipos de energia, recordando leilões já realizados. Foi enfático, apresentando números, ao afirmar que as fontes renováveis são viáveis e pouco a pouco estarão constando da vocação nacional. Falou também sobre as possibilidades de outorga e todos os programas de incentivo, como o Proinfa e uma série de outras possibilidades. Relatou sobre a evolução do marco regulatório brasileiro, recordando as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas).

Francisco Romário Woycicki, secretário executivo adjunto do Ministério das Minas e Energia, enfocou que o governo é parceiro das iniciativas alternativas. Disse que a éolica terá um futuro significativo. Explicou o funcionamento dos processos, as decisões e os cenários sobre os quais são estruturados os planejamentos no MME. Woycicki disse que o Brasil será cada vez menos dependente do petróleo no futuro. Fez uma análise pontual a respeito de cada uma das possibilidades de geração de energia. Citou o exemplo do Uruguai que é um cliente efetivo do Brasil, recordando a facilidade das linhas de transmissão existentes em Livramento. Após, respondeu questionamentos dos integrantes da plenária.

Jorge Antônio Villar Alé, professor doutor do Centro de Energia Eólica da PUC-RS deu uma verdadeira aula, como profundo conhecedor que é, a respeito de energia eólica. Fez um retrospecto dos primórdios citando as máquinas inicialmente utilizadas. Traçou para os presentes toda a evolução das máquinas, explicou cada etapa do processo de funcionamento e, por intermédio de audio-visual, também evidenciou pontos como mercado de energia mundial, demanda, oferta e abastecimento para as populações. Apresentou cálculos de quanto um aerogerador , de determinada potência, pode abastecer em termos de pessoas. Também apresentou informações sobre os fabricantes de componentes necessários à energia eólica no Brasil.

João Carlos Félix, engenheiro da Seinfra, abordou a matriz energética do Estado Gaúcho. Disse que o Brasil já tem o que os outros países ainda vão tentar conseguir: oferta de alternativas de geração de energia. Citou números de produção, com base em relatórios técnicos. Disse que até 2030 é possível dobrar a potência instalada nos empreendimentos, pois haverá demanda e a necessidade de geração de energia. Citou o atlas eólico do Estado salientando que está sendo providenciada uma atualização que resultará no novo atlas. Considerou positivo o fato de o Estado ter condições de gerar energia e, mediante canais de transmissão, fazê-la escoar, comercializada inclusive para outros países, como o próprio Uruguai, onde há sempre demanda.

Coincidências
Notícia suplantou a expectativa revelada no seminário, em uma daquelas coincidências miraculosas, raríssimas de ocorrerem: ao término do evento sobre energia eólica, depois de concluir uma reunião com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, o deputado estadual Frederico Antunes confirma, junto com o presidente da AL, Alceu Moreira, que Lobão realmente providenciará o lançamento do edital exclusivo para energia eólica até o final deste ano.

Falando ao telefone, direto de Brasília, o deputado uruguaianense, representante também dos municípios da Metade Sul, como Livramento, disse que a comitiva liderada pela governadora Yeda Crusius e o secretário Daniel Andrade, cobraram do ministro o cumprimento do compromisso que o mesmo assumira quando de sua visita a Porto Alegre.

“Acabamos de sair da audiência com o ministro Lobão, em companhia da governadora Yeda Crusius e do presidente Alceu Moreira.

O ministro reafirmou que o lançamento do edital de chamada pública para investidores na geração de energia eólica será feito em dezembro pelo ministério. Também disse que o leilão exclusivo, específico para essa fonte, será realizado no início do ano de 2009” - disse Frederico Antunes, salientando que também foi ponto de destaque na conversa a retomada na termoelétrica de Uruguaiana e a instalação de um novo posto de Gás Liquefeito Natural no litoral gaúcho, haja vista que com as inundações em Santa Catarina o Estado está há 20 dias sem abastecimento e com prejuízo de mais de R$ 30 milhões.

O presidente da Assembléia Legislativa, Alceu Moreira, foi enfático. “Temos a garantia do ministro, perante a governadora, deputados de que haverá a publicação do edital ainda em dezembro e o ministro se comprometeu a realizar o leilão no início do próximo ano. Sobre a questão preço ele disse que os valores serão dentro da viabilidade, maiores do que foram praticados até agora, sendo atrativos para os empreendedores” - concluiu.

(APlatéria, 28/11/2008)


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