A grave crise mundial também afeta os catadores. As mudanças no mercado reduziram preços dos materiais recicláveis, determinaram a queda no volume de compras e começam a excluir pessoas que sobrevivem da atividade. Essas preocupações centralizaram os debates no I Encontro Regional de Catadores/Recicladores da Região Noroeste do Rio Grande do Sul, realizado ontem na sede acadêmica da Unijuí. 'Para quem vive na extrema linha da pobreza, qualquer variação no mercado pode representar a falta de comida à mesa', define Fábio Lemes, assessor técnico da Incubadora de Economia Solidária e Desenvolvimento Sustentável da Unijuí. O programa apóia movimentos sociais em Ijuí e outras cidades da região.
Com a crise atingindo a economia de grandes potências, tradicionais compradores de materiais reciclável reduziram as aquisições. O papel misto, que era vendido a R$ 0,10 o quilo, agora está cotado em R$ 0,05. 'Alguns nem estão comprando mais', relata o coordenador da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Ijuí (Acata), Valdonizio Dias da Silva.
O painel contou com a participação do prefeito eleito de Ijuí, Fioravante Ballin, e do diretor do Departamento de Meio Ambiente de Santo Ângelo, Alexandre Hüller. Para o assessor Fábio Lemes, é fundamental estabelecer políticas públicas como instrumento capaz de dar dignidade a quem vive da reciclagem. O debate reuniu 70 pessoas ligadas a projetos e associações de catadores.
(CP, 28/11/2008)