O cais do Porto Velho de Rio Grande está repleto de barcos de pesca. Das 83 embarcações atracadas, 73 são catarinenses – a maioria de Itajaí. O motivo apontado por tripulantes de pesqueiros de Itajaí para buscar abrigo no cais é o forte vento que ocorre desde a semana passada. Ontem, o vento soprava na Barra de Rio Grande com velocidade média de 63 quilômetros por hora. Por volta das 16h chegou a ser registrada rajada de 79 quilômetros. No final da tarde, o mar estava agitado, apresentando ondas de 2 a 3 metros de altura, próximo à costa rio-grandina.
Entre as embarcações atracadas no Porto Velho, ontem, estava o Damavio, de Itajaí. Edison Pereira da Silva, 43 anos, um de seus tripulantes, relatou que o pesqueiro está parado há 12 dias, pois deixou o mar, foi para Rio Grande descarregar os peixes capturados e depois não pôde retomar as atividades. Eliezer Cipriano, 27 anos, da tripulação do barco Celeiro de Deus, também de Itajaí, conta que está sem trabalhar há 15 dias, primeiro porque 'a pescaria de camarão em alto-mar fracassou' e depois por causa do vento. Neste meio tempo, eles foram a Santa Catarina, por via rodoviária. Eliézer mora em Penha, por isso conseguiu chegar em casa, apesar dos alagamentos e desabamentos que deixaram o Estado em situação de calamidade. Sua residência não foi atingida, mas a de seu colega Evandro Santiago, no município de Piçarras, foi tomada pela água.
(CP, 28/11/2008)