A Secretária de Ambiente do Estado do Rio, Marilene Ramos, afirmou nesta quinta-feira que os pescadores afetados pelo derramamento de pesticida tóxico no Rio Paraíba do Sul serão assistidos pelo Ibama.
Marilene esteve em reunião em Brasília com representantes do órgão ambiental, onde ficou decidido que a primeira providência é prover o abastecimento de água nos municípios afetados.
Segundo a secretária será decretado um período de defeso para em seguida haver a reposição das espécies que habitam as águas doces do rio. O Ibama vai ficar responsável por identificar os peixes para fazer a reposição.
O órgão também vai agir no ressarcimento financeiro para pescadores que tenham sido prejudicados e dependam da pesca para sobreviver.
"Não podemos operar o Rio Paraíba nesta situação precária. Temos que ter um plano preventivo para que as 12 milhões de pessoas que dependem do abastecimento não sejam prejudicadas", disse Marilene.
Peixes proibidos
O município de São João da Barra, no Norte fluminense, também está sofrendo as conseqüências do vazamento de resíduos tóxicos no Rio Pirapitinga, afluente do Paraíba do Sul. O acidente ocorreu no último dia 18, na Servatis, uma empresa de processamento de inseticidas localizada em Resende, região Sul do Estado. A poluição chegou à cidade nesta quarta-feira e, além de causar a morte de diferentes espécies de peixes, obrigou a Cedae a interromper a captação e o abastecimento d’água na sede do município.
Nas praias de Atafona, Chapéu do Sol e Grussaí, onde parte da água distribuída também é oriunda do sistema de captação no Paraíba do Sul, o abastecimento foi suspenso em 50%. Uma equipe da Feema chegou a São João da Barra na tarde de quarta-feira para fazer o monitoramento do rio.
“Coletamos a água para que seja feita a analise do grau de contaminação e, dependendo do resultado, a captação já pode estar liberada nesta sexta-feira”, explicou o técnico ambiental da Feema, Ronaldo Poly, lembrando que oito espécies de peixes também foram recolhidas para análise.
Enquanto isso, a população está sendo orientada a economizar água. Um esquema emergencial foi montado pela prefeitura, através da Secretaria de Meio Ambiente e da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, com sistema de distribuição coletiva em 12 pontos estratégicos da sede do município e com abastecimento de água potável em escolas, hospitais, clínicas e postos de saúde.
“Disponibilizamos 12 caixas d’água de cinco mil litros, que estão sendo abastecidas por quatro caminhões-pipa, colocados à disposição da Cedae pela prefeitura. A água potável vem de um manancial existente na localidade de Barcelos”, informou Felício Valiengo, coordenador municipal de Defesa Civil de São João da Barra.
Uma intensa divulgação junto à população, alertando-a para não consumir, em nenhuma hipótese, peixes oriundos do Rio Paraíba, sob risco de contaminação, está sendo realizada. “Estamos, também, recolhendo todos os peixes mortos para que possamos dar um destino adequado, provavelmente a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para incineração, já que não é conveniente enterrá-los sob o risco de contribuir para a contaminação do solo”, explica o secretário municipal e Meio Ambiente, Marcos Sá.
(Por Diogo Dantas, O Dia, 27/11/2008)