O Brasil é o primeiro país do grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) em investimentos em energia elétrica e gás natural, destacou nesta quinta-feira (27/11), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em pronunciamento no 1º Simpósio Desafios para um País Emergente: Infra-Estrutura e Logística no Brasil, realizado no Senado. Ao reforçar que o Brasil é um país de grandes dimensões e também de grande relevância econômica no mundo, lembrou que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2007 foi de US$ 56 trilhões e que o Brasil respondeu por 2,5% desse valor.
- É uma economia que ainda pode crescer muito se comparada aos Estados Unidos, responsáveis por 25% do PIB mundial. Mas, em relação aos demais países de semelhante dinamismo econômico e integrantes do Bric, o nosso país se destaca por ser o primeiro em investimentos em energia elétrica e gás natural - afirmou.
O ministro acredita que, para atender o crescimento da economia, o setor energético tem como desafios expandir a oferta de energia e ampliar as instalações de produção, de transporte e armazenamento. Lembrou aos participantes do simpósio que o planejamento do setor energético brasileiro foi retomado pelo atual governo e disse que essa atividade é fundamental para garantir a segurança energética do país. Lobão ressaltou que os estudos de planejamento apontam para um grande desafio a ser atendido pelo setor: o cenário demográfico, que acena para um aumento da população brasileira em 53 milhões de habitantes até o ano 2030.
- Isso significa alcançar uma população total de aproximadamente 240 milhões de habitantes contra uma população atual de 185 milhões. Essa é a projeção da população brasileira, futuros consumidores de energia. Para atender a esse desafio, a expansão de energia para o período de 2007 a 2016 é um importante instrumento de planejamento energético - completou.
Segundo o ministro, o governo dispõe de todos os instrumentos necessários para a gestão do setor energético do país, como o estabelecimento de políticas e diretrizes pelo Conselho Nacional de Política Energética; o estudo de planejamento com visão de curto, médio e longo prazo; os leilões de empreendimentos de geração e de transmissão; e o monitoramento para assegurar o abastecimento nacional de derivados de petróleo, gás natural e combustíveis renováveis.
Ao destacar investimentos feitos pelo Brasil, entre eles o aumento da produção de etanol, o ministro afirmou que, com essas perspectivas de investimento, o país manterá a segurança no atendimento energético ao mercado nacional nos próximos anos. De acordo com Lobão, o Brasil apresenta amplas condições para manter em longo prazo a auto-suficiência energética. Segundo ele, a matriz energética é constituída de uma parcela de 46% de energia renovável, enquanto a matriz mundial é de apenas 13%.
Os programas brasileiros de etanol, biodiesel, hidroeletricidade e de fontes de energia, segundo o palestrante, vêm se consolidando em um momento de crescimento da economia. Para Lobão, nesse contexto, a matriz energética passa por profundos e promissores desafios.
- Entre esses desafios, eu quero destacar as reservas do pré-sal, com boas perspectivas; a construção de grandes usinas hidrelétricas, sem grandes impactos ambientais; e o aumento crescente da agroenergia na geração de energia - acrescentou.
(Agência Senado, 27/11/2008)