Representantes do Movimento Cerrado Vivo e do Fórum Goiano em Defesa do Cerrado realizaram manifestação pacífica em defesa do cerrado nesta quarta-feira (26/11), no início da tarde, na Câmara dos Deputados. Na ocasião, os ativistas entregaram ao presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), um abaixo-assinado com cerca de 50 mil assinaturas de pessoas que apóiam a Proposta de Emenda à Constituição nº 115/95 – que reconhece o cerrado e a caatinga como patrimônios nacionais.
Os ativistas queriam garantir a inclusão da proposta na pauta de votações da Câmara ainda este ano. "Se conseguirmos acordo para não obstruir a pauta até o fim do ano, vamos propor uma lista de projetos para serem incluídos na pauta, entre eles a PEC do Cerrado", garantiu o Chinaglia. A ação tramita na Casa há 13 anos e aguarda para entrar na pauta.
O presidente sugeriu aos ativistas que procurassem as lideranças partidárias e reiterou seu empenho em favor da proposta. "Conversar com os líderes tem o mesmo sentido que esse nosso encontro. É preciso fazer eco junto às lideranças para encontrarmos boa vontade para a aprovação”, disse o parlamentar.
O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) destacou a importância do reconhecimento do cerrado como patrimônio nacional. "Este bioma é responsável por 70% das águas que abastecem as bacias do Tocantins, do Paraná e do São Francisco”, avaliou.
A organização não-governamental SOS Mata Atlântica aderiu ao movimento em um café-da-manhã realizado nesta quarta-feira (26/11) no Anexo 4 da Câmara. Além disso, membros da bancada ambientalista também prestaram apoio aos manifestantes. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, compareceu ao evento e abordou diversos aspectos do Cerrado.
Maior proteção
A aprovação da PEC 115/95 garantirá ao cerrado proteção semelhante a adotada para a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e para a Zona Costeira. De acordo com a Constituição, as áreas desses patrimônios só podem ser usadas em condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
(Correio Braziliense, 26/11/2008)