Jovens usaram garrafas pet como tijolos e caixas de leite longa vida no teto.
Materiais que tradicionalmente acabam no lixo serviram de estrutura para a construção de uma residência. No lugar de madeira e concreto, garrafas pet e caixas de leite longa vida deram forma à casa popular ecológica, construída no pátio do Colégio Teresa Verzeri, de Santo Ângelo, por estudantes de 5ª a 8ª séries.
Aconstrução, na qual trabalharam por um ano, não desperdiça energia elétrica durante o dia, porque não precisa de lâmpadas. A iluminação é obtida por garrafas pet cheia de água e presas ao forro, que é feito de embalagens de leite longa vida. Além disso, a água que entra na casa é aquecida pelo sol, e reaproveitada depois que escorre na pia e no tanque.
O projeto foi idealizado pelo professor de Ciências Jesus Acosta de Moura para despertar a consciência ecológica em seus alunos. A escola queria desenvolver algo diferente das tarefas de limpeza de rios e plantio de árvores.
– Qualquer pessoa pode fazer e tem baixo custo. Nossa idéia era dar utilidade para esses materiais que vão poluindo a natureza – justifica Moura.
Em vez de ir para o lixo e demorar cem anos para se decompor, 200 caixas de leite e 480 garrafas plásticas serviram de base para a residência de nove metros quadrados e 2m70cm de altura. Para o trabalho, os estudantes e o professor pesquisaram sobre o reaproveitamento de materiais. Descobriram que a cada três casas construídas, cerca de uma se perde devido ao desperdício de matéria-prima. No futuro, o professor quer mobiliar o local, usando a mesma técnica para confeccionar os móveis.
– Foi uma forma diferente de aprender. A gente também percebeu que tem outros destinos para os materiais que iriam para o lixo – comenta Jamile Corrêa, 14 anos, aluna da 8ª série.
(Por Silvana Castro, ZH, 27/11/2008)