Com o corte do fornecimento de gás natural veicular (GNV) nas bombas dos 59 postos de combustíveis do Estado, os 35 mil usuários começam a sentir no bolso a diferença de abastecer com álcool ou gasolina. A categoria mais afetada com suspensão é a dos taxistas. O presidente do Sintáxi, Luiz Nozari, afirmou que muitos profissionais que não compraram carros novos recentemente nem têm contas com valores altos para pagar estão pensando em parar até o retorno do gás. Segundo ele, o final do ano é tradicionalmente uma época rentável.
Dos 3.925 táxis que compõem a frota de Porto Alegre, cerca de 70% usam o GNV. Taxista há 25 anos, Aires Oliveira de Abreu divide o serviço com o filho. O veículo modelo Santana roda 24 horas/dia. 'Vou fazer os cálculos, se o prejuízo pesar, paro.' Em geral, Abreu roda 300 quilômetros por dia. Com o GNV, deixa no posto R$ 40,00. Para fazer a mesma quilometragem com gasolina, gasta R$ 100,00. 'Não está compensando. Se o passageiro pede para ligar o ar condicionado, por causa do calor, o consumo de gasolina é ainda maior', disse.
Caso se confirme a previsão de 21 dias para o restabelecimento do gás, Nozari pretende sugerir à prefeitura a edição de um decreto para o uso de bandeira 2 durante o dia enquanto durar o problema. No entanto, o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Luiz Afonso Senna, descartou. Segundo ele, legislação estabelece só duas possibilidades para aumento de tarifa: reajuste superior a 8% no preço do combustível e recomposição da tarifa após 12 meses com base no IGPM.
(CP, 27/11/2008)