Noventa indígenas da etnia Kaingang ocuparam a administração regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) na cidade de Passo Fundo, no Norte no Estado. Eles estão no local desde a terça-feira (25) de manhã e exigem a criação dos Grupos de Trabalho (GTs) para fazer o laudo antropológico de quatro áreas, a fim de iniciar o processo de demarcação.
O integrante do Movimento de Resistência Indígena (MRI), Augusto da Silva, conta que em Abril de 2007 a Funai fez uma reunião em Passo Fundo com lideranças para dar andamento à criação de três GTs para cuidar das áreas Kaingang. Diversos encontros foram feitos, mas até hoje os grupos não foram criados.
"A luta das lideranças é a criação de GTs [Grupos de Trabalho] para fazer o laudo antropológico dessas terras. Se o laudo comprovar que as terras são de ocupação tradicional, as terras vão ser demarcadas", diz.
A direção da Funai em Brasília deve se pronunciar sobre as reivindicações. Os indígenas aguardam um documento que estaria sendo enviado para a administração de Passo Fundo a fim de acelerar o processo do laudo. De acordo com a administração regional do órgão, o grupo que realizará o estudo ainda está sendo contratado.
Augusto afirmou que os indígenas somente deixarão o prédio da Funai se o documento que vier de Brasília avançar nas reivindicações.
"Enquanto não houver uma resposta positiva em relação às nossas terras, não vamos sair da Funai de Passo Fundo", afirma.
As terras indígenas reivindicadas são as do Morro do Osso, em Porto Alegre, Lajeado, Farroupilha e Iraí. Atualmente, existem 15 acampamentos Kaingang que esperam demarcação de suas terras no Rio Grande do Sul.
(Por Paula Cassandra, Agência Chasque, 26/11/2008)