Integrantes e apoiadores do Movimento Cerrado Vivo farão, nesta quarta-feira (26/11), uma manifestação pacífica, em frente à Câmara dos Deputados, pelo reconhecimento da Caatinga e do Cerrado como patrimônios nacionais. A ação está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 115/95, que tramita na Casa há 13 anos e aguarda para entrar na pauta de votação.
Cerca de 400 pessoas estarão vestidas de amarelo (em referência aos ipês), em frente ao Congresso Nacional, a partir das 14h. A intenção é entregar ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, uma lista com cerca de 50 mil assinaturas, recolhidas em todo o Brasil, a favor da PEC. Uma das entusiastas do movimento, Marta Crisóstomo, destaca que há assinatura de cidadãos comuns, mas também de muitos parlamentares.
Proposta
A PEC, caso aprovada, vai alterar o quatro parágrafo do artigo 225 da Constituição Federal. Este trecho define, como patrimônios nacionais, a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira. A reivindicação é que o Cerrado faça parte desse grupo.
Marta Crisóstomo conta que a mobilização em favor do bioma começou no orkut. “Fomos disseminando o movimento pela internet e pelo boca-a-boca”. Em 11 de setembro, dia do cerrado, cerca de 300 pessoas se reuniram na Esplanada dos Ministérios. “Ficamos impressionados com a quantidade de adeptos do movimento”, conta Crisóstomo.
Entre os motivos para lutar pelo reconhecimento e preservação do Cerrado o Movimento Cerrado Vivo destaca que o bioma contém metade dos pássaros brasileiros e sofre com a devastação em ritmo três vezes maior que a Amazônia. Além disso, é onde nascem rios como o São Francisco e o Parnaíba. “Temos todos os motivos do mundo para lutar pelo cerrado. Minha casa está sendo destruída e eu não tinha noção disso”, conclui.
(Correio Braziliense, 25/11/2008)