A falta de chuvas na Metade Sul e no Noroeste do Estado já se traduz em perdas para os agricultores. Um dos piores quadros é em Santa Vitória do Palmar, onde açudes, poços e bebedouros secaram. As produções leiteira e de carne sofreram redução informou o chefe do escritório municipal da Emater, Soni Alberto Thurow. Pequenos agricultores tiveram perdas nos hortigranjeiros.
A situação da lavoura de arroz – que já demandava irrigação para emergência das plantas devido à falta de umidade – se complicou nos últimos dias, segundo o gerente regional do Irga, Marcos de Souza Fernandes. O nível da lagoa Mirim está abaixo do normal por causa dos ventos. Segundo Fernandes, mesmo que os produtores acionem um segundo levante, o que aumentará os custos, as quedas de energia registradas nos últimos dias impedem o funcionamento das bombas em tempo integral.
No Noroeste, o plantio de soja foi interrompido nos 12 municípios de abrangência da Cotrirosa, informou o agrônomo Jairton Dezordi. O milho pode sofrer perdas, pois não chove na região de Santa Rosa há dez dias. Segundo ele, há prejuízos ainda não contabilizados.
O número de ocorrências de incêndios aumentou em São Borja. Desde o final de semana, de três a quatro casos têm sido atendidos diariamente pelo Corpo de Bombeiros. Em um deles, cinco hectares foram consumidos pelas chamas. Os próximos dias serão decisivos para o milho. Em algumas áreas, não chove há 15 dias e a maior parte está na floração, período crítico, informou o diretor local da Emater, Odacir Decol. Em Bagé, quem ainda não plantou soja, milho, sorgo e girassol terá que esperar novas chuvas. Segundo Eloi Pozer, da Emater, falta umidade no solo para a semeadura.
(Correio do Povo, 26/11/2008)