Técnicos da Vigilância Ambiental de Frederido Westphalen, Santo Ângelo e Santa Rosa estão investigando a morte de bugios com suspeita de febre amarela. A 12ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Santo Ângelo, iniciou ontem um monitoramento nos municípios de Bossoroca, Dezesseis de Novembro, Garruchos, Itacurubi, Caibaté, Pirapó, Porto Xavier, Roque Gonzales, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga e São Nicolau.
Em Caibaté, a vigilância constatou a morte de 20 animais, na semana passada, nas localidades de Caaró, Capão do Herval, Vista Alegre e Rincão dos Machado. Ontem os técnicos realizaram coleta e monitoramento dos mosquitos Haemagogus e Aedes aegypti, vetores da doença. A secretária da Saúde do município, Risani Friderich Copetti, afirmou que amostras das vísceras e do sangue dos primatas foram encaminhadas para análise no Instituto Evandro Chagas, em Belém, no Pará. O resultado será conhecido em 15 dias. Ainda conforme a secretária, Caibaté recebeu 40 doses de vacinas da febre amarela para serem aplicadas de forma preventiva em pessoas que residem nas áreas próximas das quais os macacos foram encontrados.
A 19ª CRS, com sede em Frederico Westphalen, realiza monitoramento no município de Tiradentes do Sul para verificar a existência de mosquitos vetores da febre amarela. O trabalho iniciou-se na segunda quinzena do mês passado, depois que foi confirmada a morte de um bugio devido à doença. O animal foi encontrado na localidade de Alto Caçador, em Tiradentes do Sul. Segundo o médico veterinário Mauro Dornelles, do setor de Vigilância Ambiental da 19ª CRS, as amostras coletadas de mosquitos Haemagogus e Sabates Aedes aegypti são encaminhadas ao Instituto Evandro Chagas.
A coordenadoria mantém o trabalho de imunização contra a febre amarela em 17 municípios. Dornelles disse que no mês passado oito bugios foram mortos pela doença na região de Misiones, na Argentina, que faz divisa com o município gaúcho de Tiradentes do Sul.
A morte de dois bugios em um balneário na cidade de Santo Cristo, na semana passada, gerou suspeita da existência do vírus da febre amarela na região Fronteira-Noroeste do Estado. Se o resultado for confirmado, a população começará a ser vacinada. O vírus da febre amarela é transmitido por um mosquito silvestre. O inseto pica o bugio, animal sensível à doença, contrai o vírus e depois passa ao ser humano. Os casos geralmente ocorrem em áreas com mata ciliar.
(Correio do Povo, 26/11/2008)