A suspeita de que o vazamento do inseticida Endosulfan, no Rio Pirapetinga, afluente do Paraíba do Sul, foi maior do que os 1,5 mil litros informados pela Servatis, e está sendo apurado pela Feema.
Na vistoria realizada na Servatis, sediada em Resende, os técnicos da Feema descobriram que a capacidade do caminhão de onde vazou o Endosulfan, durante o descarregamento do produto, era 30 mil litros, no entanto, somente doze mil litros, ainda assim misturados à água da chuva, foram recolhidos do dique de contenção da empresa.
O vazamento, portanto, considerando os danos causados ao Paraíba do Sul, teria sido bem maior, estimado na avaliação dos técnicos, em até 10 vezes mais do que fora relatado pela empresa.
A Secretaria estadual do Ambiente está neste momento elaborando os laudos sobre os impactos na ictiofauna do Paraíba do Sul, e estuda com o Ibama, a necessidade de criar de um defeso emergencial visando dar prazo para à recomposição das espécies afetadas. A medida pode ser necessária uma vez que os pescadores venham a ficar impossibilitados de exercer suas atividades.
A pluma tóxica tem provocado mortandade de peixes nas cidades por onde passa. Orientados pelos técnicos, estes municípios atingidos têm suspendido temporariamente a captação de água, por medida de precaução até que a contaminação se reduza a um nível aceitável. Além disso, os técnicos também alertam para que não sejam consumidos os peixes mortos.
O limite tolerado pelo homem, de acordo com o Ministério da Saúde, é de 20 microgramas por litro, já os peixes, são extremamentes sensíveis ao inseticida e suportam um limite de apenas 0,2 micrograma por litro.
O monitoramento que vem sendo feito permite o acompanhamento preciso do andamento da pluma tóxica que, ontem, chegou às localidades de Itaocara, Pureza, Cambuci e Portela, onde as captações de água foram interrompidas.
(O Dia, 25/11/2008)