A Bolsa de Valores de São Paulo anunciou nesta terça-feira a nova carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que trouxe como principal mudança a exclusão da Petrobras.
A carteira, que reúne ações de empresas consideradas altamente comprometidas com boas práticas socioambientais, é atualizada a cada doze meses.
A nova edição traz o ingresso de Celesc, Duratex, Odontoprev, TIM, Oi e Unibanco.
Além de Petrobras, Aracruz, CCR Rodovias, Copel, Iochpe-Maxion e WEG foram excluídas. A nova carteira vigora de 1o de dezembro deste ano até 30 de novembro de 2009.
A decisão foi tomada pelo Conselho do ISE, composto por entidades como Bovespa, International Finance Corporation (IFC), Apimec, Anbid, Instituto Ethos, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
A exclusão seguiu-se ao não cumprimento, pela Petrobras, da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que demanda a produção de diesel com menor quantidade de partículas de enxofre.
"(Isso) é responsável por graves doenças respiratórias na população (especialmente crianças e idosos) e pela morte prematura de aproximadamente 10 mil pessoas por ano", disse em nota Oded Grajew, do Movimento Nossa São Paulo, uma das 12 entidades que pediu a exclusão da Petrobras do ISE.
PETROBRAS
Em nota divulgada na noite de terça-feira, a Petrobras informou ter solicitado ao Conselho do ISE um esclarecimento sobre os motivos que levaram à exclusão. E que somente se pronunciará oficialmente após obter uma resposta.
A estatal negou, no entanto, as alegações de entidades como o Movimento Nossa São Paulo de que estaria descumprindo uma resolução do Conama. "A companhia afirma que (isso) é uma inverdade, já que a citada resolução não está relacionada à quantidade de enxofre no diesel e sim aos limites de emissão que os novos motores deverão atender."
A Petrobras disse ainda que, mesmo sem a disponibilidade de motores próprios para a redução de emissões, comprometeu-se anteriormente a fornecer o diesel S50 (com menor teor de enxofre) a partir de 2010.
"A Companhia repudia toda e qualquer acusação infundada, baseada em interpretações equivocadas, como a de que não está cumprindo a legislação vigente em relação à qualidade dos combustíveis comercializados no Brasil."
(Por Aluísio Alves e Fabio Murakawa,
Reuters, 25/11/2008)