(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
impactos mudança climática política ambiental na AL
2008-11-25

A América Latina e o Caribe necessitam de centenas ou milhares de milhões de dólares para enfrentar o impacto econômico da mudança climática, e esses fundos não estão disponíveis no mercado internacional. O Banco Mundial alertou na presença de legisladores presentes em um fórum realizado na semana passada no México que cada desastre natural vinculado com a mudança climática na região, como tempestades, secas e inundações, custam, em média, 0,6% do produto interno bruto dos países afetados.

Se a freqüência destes fenômenos aumentarem de um a cada quatro anos para uma em cada três anos esses desastres podem reduzir em 2% o produto interno bruto por habitante se por década na região, segundo um informe apresentado por Laura tuck, diretora do Departamento de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial. A economia caribenha poderia sofrer perdas de SU$ 6 bilhões até 2050 em gastos de produção costeira e no turismo, nas indústrias farmacêutica e pesqueira.

Embora a contribuição da América Latina às emissões de gases causadores do efeito estufa, responsáveis pela mudança climática, “seja baixa, a região terá de tomar medidas para permanecer o caminho de alto crescimento econômico e baixo carbono”, disse tuck na reunião, realizada no Congresso mexicano. Nesta capital reuniram-se 77 legisladores da região, em um encontro organizado pelo Congresso mexicano, Banco Mundial, Aliança de Comunicadores para o Equilíbrio Ambiental (Globe) e União Internacional para a Conservação da Natureza. “Necessitamos de fundos para tomar medidas contra a mudança climática e os recursos são escassos”, disse à IPS o legislador jamaicano Noel Arscott.

Nos próximos cinco anos essa ilha caribenha necessitará entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões para desenvolver energias renováveis, com ação dirigida a atacar as emissões de gases de efeito estufa procedentes do uso de combustíveis fósseis. A América Latina responde por 12% da emissão desses gases que provocam o aquecimento global, com México e Brasil liderando a lista de maiores emissores regionais.

“Podemos tomar medidas para modificar nossa matriz energética”, mas “o que necessitamos é adaptação”, por isso são necessários fundos procedentes dos países industriais, “que são os que devem tomar medidas para reduzir as emissões”, disse à IPS a deputada salvadorenha Lourdes Palácios. El Salvador necessita de US$ 130 milhões para executar projetos de água e saneamento ambiental. O Congresso dessa nação aprovou há pouco um credito do Banco Interamericano de Desenvolvimento no valor de US$ 20 milhões com esses objetivos.

A reunião da Globe, organização criada em 1989, aconteceu às vésperas da Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, na cidade polonesa de Poznan. A conferência, que acontecerá nos dias 9 e 10 de dezembro, vai avaliar o cumprimento do Protocolo de Kyoto da Convenção, que entrou em vigor em 20005 e que obriga os países industriais a reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa. Os Estados Unidos estão excluídos desses compromissos, pois se retirou do Protocolo de Kyoto em 2001, poucas semanas após o início do primeiro mandato do presidente George W. Bush.

Os efeitos imediatos da mudança climática na América Latina e no Caribe são o aumento de temperatura de 0,1 grau centígrado durante a década passada, furacões intensos, inundações no sul do Brasil, Paraguai e Uruguai e secas no sul do Chile, sudoeste da Argentina e no peru. As conseqüências da mudança climática no longo prazo na região, segundo o Banco Mundial, incluem o desaparecimento de geleiras tropicais, expansão de doenças tropicais, destruição de biodiversidade e ecossistemas – como mantos de coral e selvas tropicais -, queda da produção agrícola e devastação da infra-estrutura costeira.

A produtividade agrícola poderia cair na América do sul entre 15% e 20% até 2010, dependendo de um cenário climático modesto ou severo. No México poderia haver perda quase total da produtividade econômica em 30% a 85% das fazendas. “Serão necessários uma política coerente e um contexto de investimento, tanto para adaptação quanto para mitigação”, disse Tuck. A América Latina e o Caribe possuem mais de 33% da biomassa florestal do mundo, 50% das selvas florestais e 65% de biomassa florestal tropical. Suas exportações agrícolas equivalem a 12% do total mundial e 3% do emprego agrícola.

O rascunho de declaração final da reunião, ao qual à IPS teve acesso, propõe que até 2020 “os países em desenvolvimento mais importantes devem assumir compromissos adequados (...) para reduzir a intensidade das emissões de carbono em seu desenvolvimento”. Com esse fim, “devem contar “devem contar com transferências de recursos e tecnologias” dos países industriais. Mas Tuck alertou que “apesar das inovações a América Latina e o Caribe estão no caminho de crescimento alto de carbono”. Dessa conta, as emissões por habitante de dióxido de carbono, o principal dos gases de efeito estufa, geradas por consumo de energia cresceram 9,5% até 2015 e 33% até 2030.

O Banco Mundial propôs à região estabelecer uma “arquitetura internacional” em matéria de mudança climática e políticas internas para adaptar-se aos efeitos desse fenômeno e explorar as oportunidades de mitigação. Tuck sugeriu “mecanismos viáveis para permitir o apoio financeiro a políticas que reduzam o desmatamento e a degradação do solo, esquemas de comércio de carbono que promovam a energia hidráulica e redução de barreiras comerciais aos biocombustíveis.”. A deputada salvadorenha Palacios disse que “temos de calcular nossa dívida ecológica e a maneira de pagá-la”. (IPS/Envolverde)

(Por Emilio Godoy, IPS, Envolverde, 24/11/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -