Uma delegação capixaba formada por produtores rurais de todo o Estado participa, entre esta quarta-feira (26) e domingo (30), da IV Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, no Rio de Janeiro. Serão apresentados dez empreendimentos dos municípios do Estado que têm sua atividade voltada à agroindústria, ao artesanato e turismo rural.
Os trabalhadores rurais mostrarão sua produção em um estande coletivo, que representa um mosaico das atividades regionais representativas, e que servem como instrumento na geração de emprego e renda.
Entre os produtos que serão expostos estão o artesanato da fibra de bananeira e de coco, como fruteiras, pratos, mandalas, cumbucas, bolsas e porta-retratos, arranjos e abajures feitos de conchas, e as geléias, compotas, biscoitos, doce de leite, roscas, suspiros, café, rapaduras, mel, embutidos e conservas.
A agroindústria mostrará a Cachaça Itaraninha, a aguardente e o café torrado e moído; o Café Ramavary, que processa grãos, além do Sabores Caseiros de Itapemirim, com produtos de origem variada (mel, doces e frutas cristalizados, biscoitos e café torrado), e os Produtos Gagno, de processamento de frutas e verduras (picles).
O Centro de Desenvolvimento do Agroturismo (Agrotur), que desenvolve atividade de comercialização de produtos diversos, com degustação e visita às culturas desses produtos, em Venda Nova do Imigrante, também estará presente. Segundo o presidente da entidade, Mateus Delpupo, a agroindústria possibilita uma média de três a quatro salários-mínimos de renda mensal aos associados.
A agricultura familiar responde a 70% dos alimentos consumidos diariamente no Brasil. No Espírito Santo, a iniciativa de produzir alimentos de forma ecológica mobiliza as associações de agricultores e vem conquistando espaços.
A procura por produtos agrícolas sem venenos é crescente, devido aos inúmeros danos da agricultura convencional. Os agrotóxicos provocam vários tipos de câncer, impotência sexual e frigidez, destroem o sistema imunológico, provocam suicídios e deformações genéticas, entre muitas outras doenças.
Os maiores prejudicados são os produtores rurais que aplicam os agrotóxicos, muitos o fazendo diariamente. Dos intoxicados por venenos agrícolas, cerca de 10% ficam definitivamente incapacitados para o trabalho, o que totaliza uma perda de 50 mil trabalhadores/ano no País. Os agrotóxicos intoxicam 500 mil brasileiros por ano, dos quais 10 mil morrem.
A IV Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária é promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e será realizada na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Participam 550 grupos de produtores de todos os estados, sendo 384 de agricultores familiares, 43 de assentados da reforma agrária, dez de extrativistas, 51 de mulheres agricultoras, sete de pescadores artesanais, 17 de povos indígenas, 14 de quilombolas e 24 de grupos mistos.
Nas quatro edições realizadas em Brasília (DF), 335 mil pessoas visitaram o evento, e 1.798 empreendimentos agroindustriais e artesanais foram reunidos, movimentando R$ 40 milhões.
(Por Manaira Medeiros, Século Diário, 25/11/2008)