Após manifestação violenta ocorrida domingo (23) em Paragominas, Pará, contra a operação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) intitulada "Rastro Negro", a Força Nacional de Segurança, o Batalhão de Choque da Polícia Militar e todos os agentes do instituto que trabalham no Estado dirigiram-se para o município na manhã de hoje para impedir novos ataques à operação.
Iniciada no dia 27 de outubro, a operação Rastro Negro tem como principal foco a desestruturação de carvoarias ilegais e a maior fiscalização do transporte de madeira ilegal.
Cerca de três mil pessoas, em sua maioria carvoeiros, madeireiros e empregados do setor participaram do ato contra a continuidade da operação no domingo. Durante a manifestação, que começou às 19h, a sede do instituto em Paragominas foi incendiada, o hotel onde estavam hospedados os agentes foi depredado, quatro carros foram queimados e 14 caminhões que estavam carregados com de 400 metros cúbicos madeira apreendida foram roubados.
A passeata foi motivada pela descoberta de um esquema para esquentar notas e garantir a venda de cerca de 80 mil metros cúbicos de carvão vegetal ilegal para siderúrgicas da região. No começo desta segunda-feira, carros de som chamavam a população para uma nova manifestação.
Para impedir o tumulto, todos os agentes do Ibama que trabalham no Pará foram chamados, assim como a Força Nacional de Segurança. "O que estamos fazendo agora é correr atrás das pessoas que praticaram os atos de depredação e roubaram os caminhões", conta Marco Antônio Vidal, coordenador da operação. "Precisamos pegar as lideranças. Cerca de 500 pessoas serão presas ainda", afirma Vidal.
Apesar do contratempo, a operação deve continuar e será reforçada devido à grande presença de fiscais na região. Todo o equipamento roubado já foi reposto e as depredações devem ser reparadas nos próximos dias. "Nós não podemos entregar o Estado para a criminalização", afirma Vidal.
(Amazonia.org.br, 25/11/2008)