Fiscais do instituto haviam apreendido 19 caminhões de madeira. Material confiscado havia sido retirado de terras indígenas.
A apreensão de 19 caminhões de madeira em Paragominas (PA) provocou forte reação de donos de madeireiras e trabalhadores do setor. No final da tarde deste domingo (23), cerca de 500 pessoas atacaram o prédio da sede municipal do Ibama local. Carros que estavam na garagem foram queimados, e o prédio foi invadido. A rua que dá acesso ao escritório foi interditada com latas de lixo e pneus queimados.
A manifestação avançou na madrugada até a chegada de 80 homens do batalhão de choque da Polícia Militar do Pará, que dispersou os manifestantes com gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo.
De acordo com Marco Antônio Vidal, que coordena a operação do Ibama em Paragominas, a madeira apreendida vinha da reserva indígena Alto Rio Guamá. “Na noite de sábado, enquanto acontecia uma festa na cidade, fomos para uma estrada que sai da terra indígena e pegamos os caminhões extraindo madeira. Eles não tinham documentação nenhuma”, conta.
No domingo a operação prosseguiu, com a ajuda de um helicóptero. Segundo Vidal, o furor dos madeireiros foi causado pela apreensão de celulares e documentos dos veículos, que serviam como provas do crime. Entre os manifestantes, ele diz ter identificado donos de empresas de madeira e motoristas dos caminhões.
Segundo o chefe da operação, que está abrigado em um hotel da cidade, a fiscalização irá continuar. São esperados reforços da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança, além de mais fiscais do Ibama.
(Por Iberê Thenório, Globo Amazônia
, G1, 24/11/2008)