Devem ser os países ricos os primeiros a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE); por enquanto, os países em desenvolvimento devem continuar a não ter a obrigação de reduzir os poluentes, segundo um relatório publicado pela Universidade de Harvard.
Estas são apenas algumas das propostas do Centro Belfer para a Ciência e Assuntos Internacionais, da Universidade de Harvard, para os negociadores que se vão reunir para a semana na Polónia, para trabalhar o sucessor do Protocolo de Quioto, que expira em 2012.
“O novo acordo deve ter bases científicas, deve ser economicamente racional e politicamente pragmático”, comentou Robert Stavins, do Projecto Harvard sobre Acordos Climáticos Internacionais.
O relatório de Harvard apela às nações ricas para liderarem as reduções nas emissões, enquanto os países em desenvolvimento podem “manter as suas emissões ‘business-as-usual’ nas primeiras décadas. Mas a longo prazo devem aceitar metas vinculativas de redução de emissões”.
Stavins acrescentou que o acordo futuro “deve ser eficiente a nível de custos e consistente com as recomendações do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas”.
Analistas internacionais esperam que o novo acordo inclua os Estados Unidos, que não ratificaram o Protocolo de Quioto, e que comprometa os países em desenvolvimento, como a China e a Índia, com metas de redução de emissões obrigatórias.
“Precisamos de um acordo que possa ser ratificado pelo Senado norte-americano e que forneça papéis significativos para os países em desenvolvimento. Consideramos que estes são ingredientes essenciais”, comentou Stavins.
Na semana passada, o Presidente eleito Barack Obama disse que os Estados Unidos iriam “comprometer-se vigorosamente” nas negociações climáticas quando assumir o cargo em 2009. Obama quer reduzir as emissões de dióxido de carbono aos níveis de 1990 em 2020 e reduzi-las em 80 por cento até 2050.
O relatório de Harvard, resultado do trabalho de 28 equipas de investigadores de vários pontos do mundo, aponta como outros elemento-chave a promoção das energias renováveis e a transferência entre nações ricas e pobres, além do combate à desflorestação.
(Reuters, Publico, 24/11/2008)