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2008-11-24

Estimativa feita por técnicos da Conab indica que a produção brasileira de grãos, na safra 2008/2009, deverá sofrer uma redução entre 2,9% e 1,4%, o que significa uma diferença entre 4,2 milhões e 1,9 milhão de toneladas em relação à safra passada.  A maior redução deverá ocorrer com o milho, seguida de soja e caroço de algodão.

O problema também deverá atingir o Piauí, que na safra 2007/2008 alcançou a produção recorde de mais de 1,4 milhão de toneladas de grãos.  A estimativa da Conab é de que a próxima colheita fique entre 1.299 mil e 1.382,8 mil toneladas.  A área plantada ficará entre 941 mil e 951,4 mil hectares.  Os técnicos alertam, no entanto, que este é apenas o segundo levantamento de vários que serão feitos durante todo o ciclo de produção.

Por esta estimativa, a produção de soja no Piauí deverá ficar entre 728,1 mil e 754,2 mil toneladas contra as 819,3 mil toneladas da safra anterior, mas a produção está condicionada às condições climáticas durante o ciclo das culturas e a confirmação da intenção dos produtores, que no momento estão passando por uma fase restritiva de crédito, aliado ao elevado custo da produção.  No momento, a estiagem tem se manifestado no Tocantins, Norte de Minas Gerais, amplas áreas do Maranhão, no interior da Bahia e do Estado do Piauí.

Para a realização do 2° Levantamento de Intenção de Plantio da Safra de Grãos, técnicos da Conab entraram em contato com os principais municípios produtores do país entrevistando produtores rurais, agrônomos e técnicos de Cooperativas, secretarias de Agricultura, órgãos de Assistência Técnica e Extensão Rural (oficiais e privados) e agentes financeiros.  Em atenção às demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos têm sido realizados em colaboração com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Área Plantada - A segunda estimativa de intenção de plantio para a safra 2008/09 indica uma variação na área a ser plantada, entre uma redução de 0,1%, a um crescimento de 1,2%.  Considerando o ponto médio, o crescimento será de 0,5%.  O resultado mostra que deixarão de ser cultivados 64,5 mil hectares ou um aumento de 551,5 mil hectares.  As culturas consideradas foram algodão, amendoim, arroz, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, aveia, centeio, cevada, trigo e triticale.

Analisando as principais culturas, o arroz, o feijão primeira safra e o trigo mostram crescimento na área de plantio.  O algodão, o milho primeira safra e a soja apresentam reduções na área a ser cultivada.  O crescimento da área do feijão deve-se aos fatores de mercado.  Os preços, na ocasião do plantio, estavam altamente estimulantes e os produtores optaram pela leguminosa: O aumento na área do arroz deve-se ao bom desempenho da cultura irrigada, sobretudo, no Estado do Rio Grande Sul, onde as condições de plantio são favoráveis já que nos meses precedentes as chuvas foram abundantes e suficientes para o abastecimento das barragens.  Na maioria dos estados, onde as lavouras são conduzidas no regime de sequeiro, a área apresenta redução e substituição pela soja.

O trigo apresentou um forte crescimento em sua área cultivada, estimulado pela elevação dos preços mínimos de garantia do Governo e pelos preços praticados no mercado.  A redução do algodão é justificada pelas baixas cotações, pela alta dos insumos e pela concorrência da soja.  A diminuição do milho primeira safra se deve, exclusivamente, à queda dos preços recebidos pelos produtores, aliada ao elevado custo de produção.  A área de soja apresenta, desde uma redução de 1,2%, a um incremento de 0,4%.  A redução não foi maior devido aos preços mais atrativos, relativamente aos do milho e do algodão, e pela maior liquidez em relação a esses produtos.

(O Estado do Paraná, FGV, 24/11/2008)


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