Representantes dos países da África examinaram no dia 20 de novembro, aqui, a necessidade de reforçar suas instituições para desenvolver a capacidade coletiva de negociação e a elaboração de projetos que contra-arrestem os efeitos da mudança climática.
Ministros do Meio Ambiente, ecologistas, cientistas e especialistas de todo o continente participam da conferência sobre a mudança climática, à qual, o presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, enviou, no dia 19, uma reflexiva mensagem de alento.
Os delegados afirmaram que é preciso implementar suficientes projetos em nível nacional, sub-regional e regional com a devida qualidade, para poder exigir responsabilidades "dos sócios capitalistas" em relação a esse fenômeno.
Bouteflika afirmou que as mudanças climáticas pelo crescimento do efeito estufa "são o maior desafio da primeira metade do século 21" e "estão no centro da atividade humana, pois questiona o modelo de desenvolvimento econômico imperante até agora".
Em opinião do presidente argelino,"pela primeira vez, a espécie humana, falando em espécie e não no conjunto de nações justapostas, encara suas responsabilidades em nível mundial, sua própria sobrevivência e o futuro das próximas gerações".
"A África, assinalou, é o continente mais atingido e mais vulnerável às mudanças climáticas e, paradoxalmente, não contribui para esse problema, porque apenas é responsável por 3,5% das emissões mundiais de gases de efeito estufa".
Indicou que, com seus recursos florestais, que representam 17% do patrimônio mundial, o chamado continente negro, "constitui, de fato, um poço limpo".
No entanto, as ameaças globais ao ambiente e, em particular, a deterioração do clima, devem incitar a melhorar a governabilidade internacional nessa matéria.
"A tomada de melhores decisões necessitará de melhor coordenação e do aprofundamento do diálogo, visando aperfeiçoar o agenciamento dos bens ambientais comuns, em nível regional e internacional", enfatizou Bouteflika.
Relembrou que a África aprovou a Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança Climática e o Protocolo de Kyoto, que contêm exigentes disposições legais para os países desenvolvidos, quanto à redução da emissão dos gases de efeito estufa.
"Os interesses a curto prazo e a insuficiente consciência sobre a urgência de agir, fazem com que ainda prevaleça o egoísmo de um grupo de países em detrimento de uma verdadeira solidariedade em escala mundial, em benefício do planeta e das gerações futuras", frisou.•
(Granma, 23/11/2008)