Começou na quinta-feira (20), em São Paulo, a primeira etapa da expedição Deserto de Cristal, pioneira missão científica brasileira no interior da Antártida. De acordo com reportagem de Marcelo Leite, colunista da Folha e blogueiro da Folha Online, um grupo de sete cientistas vai enfrentar temperaturas de -35C sobre o manto de gelo para investigar as variações do clima e da composição química da atmosfera nos últimos cinco séculos.
O colunista explica que os cientistas vão trabalhar os chamados "testemunhos de gelo". Ao acumular-se, a neve aprisiona microbolhas de ar. Quanto mais fundo o cilindro de gelo escavado, mais antigo é o ar encapsulado.
Em três décadas de atividade no continente, pela primeira o país atuará de maneira independente muito além da estação Comandante Ferraz, na ponta da península Antártica, informa a reportagem, cuja versão completa é exclusiva para assinantes.
O grupo planeja recolher três tipos de amostras: pacotes de neve, em 25 trincheiras de até 3 m de profundidade, três testemunhos rasos de gelo (até 50 m, ou 250 anos de idade) e um testemunho de até 150 m. O Ministério da Ciência e Tecnologia reservou R$ 10 milhões para as atividades nacionais do Ano Polar 2007-2009, esforço internacional de pesquisa do qual a expedição faz parte.
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Folha Online, 21/11/2008)