O BNDES tem o máximo interesse na manutenção da usina termelétrica da AES de Uruguaiana porque isso significa a valorização do investimento feito com recursos públicos. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (20/11) pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Luciano Coutinho durante audiência com o deputado Frederico Antunes (PP), na sede da instituição, no Rio de Janeiro. O complexo está paralisado desde maio quando o governo argentino interrompeu o fornecimento de gás, descumprindo contrato assinado com o Brasil.
O BNDES detém 48,9% dos investimentos para montagem da usina. "Reativar a unidade e voltar a produzir energia é fundamental para que não ocorra prejuízo", acrescentou Coutinho. Frederico Antunes lembrou que a desativação e posterior transferência da usina acarretariam grandes prejuízos não apenas para os cofres públicos. "O município e a Fronteira Oeste sofreriam perdas enormes, provocando problemas econômicos e sociais irreversíveis", afirmou.
Antunes sugeriu ao presidente do BDNES a transferência de GNL através de navios ancorados em Baía Blanca, na costa argentina, para manter a usina da AES Uruguaiana em atividade. "Precisamos unir esforços para chegar à solução que determine a retomada das atividades", explicou. Na próxima semana deverão ocorrer audiências em Brasília, com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e como ministro das Minas e Energia, Edison Lobão.
Para Frederico Antunes, "a demonstração de união política é fundamental para alcançar o resultado esperado que vai significar a permanência e o funcionamento do complexo energético em Uruguaiana e na Fronteira Oeste", concluiu. Estiveram presentes à audiência no Rio de Janeiro o diretor de Operações, Wagner de Oliveira, o chefe do Departamento de Mercado de Capitais, Renato Martins, e a chefe do Departamento de Gás, Petróleo e Fontes de Energia, Lucia Weaver.
(Por Cristiano Guerra, Agência de Notícias AL-RS, 20/11/2008)