Extensionistas rurais e representantes de comunidades quilombolas de sete municípios da Metade Sul do Estado atendidas pela Emater participaram de atividades, ontem, na região Ibicuí da Armada, a 53 quilômetros de Livramento, na Fronteira-Oeste. No Rincão dos Negros, eles conheceram o trabalho desenvolvido por 30 famílias de quilombolas que dependem da atividade primária e do artesanato. Depois de participar de palestra na Escola Municipal Dr. Rafael Vieira da Cunha, os visitantes estiveram na propriedade de Marcelina Vaqueiro, 85 anos, que se dedica à criação de ovelhas. A produção de carne ovina abastece a família e parte da lã é colocada entre os quilombolas dos arredores, que trabalham na confecção de xergões, palas, cobertores e até peças de decoração.
Para a artesã Maria Luci Vaqueiro, a maior dificuldade enfrentada no trabalho é a lavagem da lã que, precisou ser terceirizada em razão da falta de água em abundância. Outro problema é a falta de espaço para colocação dos produtos no mercado consumidor. O artesanato consegue manter famílias remanescentes da localidade, que sofre os efeitos do êxodo rural decorrente da inexistência de oportunidades de trabalho.
(Por Jango Medeiros, CP, 21/11/2008)