A obra foi feita para facilitar a ligação entre a Argentina e o Uruguai. Mas há dois anos, por causa de um protesto contra a instalação de fábricas de celulose em território uruguaio, a ponte Libertador General San Martín, bloqueada, não leva a lugar algum.
Hoje, quem precisa cruzar o Rio Uruguai tem de recorrer a outros pontos de passagem. A San Martín, entre Gualeguaychú (Argentina) e Fray Bentos (Uruguai), foi bloqueada de maneira permanente em 20 de novembro de 2006 por ambientalistas argentinos. Eles estavam preocupados com as conseqüências que a instalação da fábrica de celulose finlandesa Botnia em Fray Bentos traria ao ambiente. Em novembro de 2007, a indústria deixou de ser um projeto e entrou em funcionamento. Nem por isso a passagem foi liberada. Uma barreira com cadeado impede o tráfego. Se alguém tentar passar, um manifestante que atua como guardião da chave do cadeado convoca reforços, e a confusão está armada.
Os protestos contra a instalação das indústrias – em 2006 a espanhola Ence também estava construindo uma unidade, mas desistiu do projeto devido à mobilização – estremeceram as relações entre os dois países. Durante meses, buscou-se um acordo bilateral – Buenos Aires argumenta que Montevidéu autorizou o empreendimento de forma unilateral. A questão foi parar na Corte Internacional de Haia.
(Jornal Correio de Notícias, 20/11/2008)