A produção e uso de bioetanol de cana-de-açúcar como combustível pode desacelerar o aquecimento global do planeta Terra, um dos grandes desafios da humanidade no século XXI. A consideração é dos peritos que participam na Conferência Internacional sobre Bio- combustíveis na cidade brasileira de São Paulo.
Os trabalhos da conferência decorrem a nível de peritos com o debate sobre “biocombustíveis e mudanças do clima - mitigação das emissões de gases de efeito estufa, mudança do uso da terra e análises do ciclo de vida de cada tipo de combustível”.
Biocombustíveis e sustentabilidade, a segurança alimentar e geração de rendimento das famílias e os desafios para os ecossistemas são outros temas abordados durante a conferência.
As intervenções dos participantes concorreram para a necessidade de adopção de uma agenda comum internacional que permita direccionar os investimentos de vários países no fomento da indústria de biocombustíveis, como forma de garantir a segurança energética e um desenvolvimento sustentável.
“A cana-de-açúcar é uma matéria-prima renovável, que se desenvolve rapidamente, com safras anuais e de alta capacidade de absorção de CO2 (dióxido de carbono) da atmosfera, um dos principais elementos que mais contribuem para o efeito estufa”, defendem os participantes da conferência.
Ainda de acordo com os peritos, o interesse pelo uso de biocombustíveis é impulsionado pela necessidade urgente de se atenuar os efeitos de aquecimento global do planeta e tornar o mercado energético, hoje muito dependente do crude, mais competitivo e estável.
As fontes do etanol são renováveis e a sua produção e utilização, acima de tudo, menos poluentes, com reduzidas emissões de gases de efeito estufa, ao contrário dos combustíveis fósseis (gasolina, gasóleo) cujo consumo é o principal responsável pelo aquecimento global do mundo.
O bioetanol, menos tóxico e pouco poluente, pode ser produzido a partir da “cana-de-açúcar, do milho, beterraba, trigo, da mandioca, entre outras fontes” e garante a sustentabilidade das economias nacionais e a protecção do meio ambiente, sustentam os prelectores. O consumo de gasolina e gasóleo (fósseis) representam 90 porcento de energia consumida em transportes e 35 porcento da energia global consumida, referem estudos afins.
(Jornal de Angola, 20/11/2008)