Os biocombustíveis vieram para ficar, disse nesta quarta-feira (19/11), em São Paulo, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Representando o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, durante a abertura da mesa-redonda Os Parlamentos e os Combustíveis, o senador disse que a crise financeira internacional e a redução dos preços das commodities no mercado internacional não vão afetar a viabilidade da produção de combustíveis alternativos.
- Assim como o excesso de otimismo é prejudicial, o excesso de pessimismo também leva a se enxergar um cenário pior do que o real. O debate deve ir além da simples viabilidade econômica, pois a questão da segurança energética e ambiental é mais urgente. O petróleo vai acabar mais cedo ou tarde e, com crise ou sem crise, a redução da emissão de carbono tem que ser prioridade zero - ressaltou Azeredo.
Na opinião do senador, as formas "alternativas e sustentáveis" de energia precisam ter prioridade na agenda mundial. Ele reconheceu que a crise financeira alterou totalmente o cenário econômico do mundo nos últimos meses. Quando se idealizou esta mesa-redonda, recordou, o preço do petróleo havia alcançado a marca de US$ 150 o barril. Agora, como observou, o petróleo voltou à casa dos US$ 50, e os preços das commodities agrícolas também caíram. Com isso, afirmou Azeredo, comprova-se a "falácia" do argumento segundo o qual os biossegurança seriam os responsáveis pelo aumento anterior dos preços dos alimentos.
Segundo o senador, 35% da matriz energética do Brasil são de energias renováveis, contra 13% da média mundial. A produção de biodiesel, acrescentou, tem "inegável repercussão social". Por meio da adição de 2% de biodiesel ao diesel de origem mineral, informou, são criados 200 mil empregos no Brasil. Ele acrescentou ainda que, por ter um clima úmido, a Amazônia não representa uma boa alternativa para a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar. Por isso, observou, não teria fundamento a crítica de que a produção de etanol no país estaria ligada à derrubada da floresta.
(Por Marcos Magalhães, Agência Senado, 19/11/2008)