Parlamentares de 16 países concordaram nesta quarta-feira (19/11) em incentivar a universalização do uso de biocombustíveis e trabalhar pela "isonomia" entre esses combustíveis e os combustíveis fósseis, no que se refere à liberalização do comércio internacional. Esses são dois entre 12 compromissos presentes na Carta de São Paulo, aprovada durante a mesa-redonda "Os Parlamentos e os Biocombustíveis", realizada em São Paulo.
Entre os compromissos estão os de incentivar a discussão nos parlamentos de soluções para os problemas relacionados às questões energética e ambiental, estimulando o uso de biomassa como fonte de energia, e fortalecer as políticas de desenvolvimento sustentável, com o aumento da participação dos biocombustíveis na matriz energética dos países.
Também constam dos compromissos fomentar políticas que dinamizem a redução da emissão dos gases do efeito estufa, "respeitadas as diferenças de desenvolvimento econômico e social de cada país", e criar um foro parlamentar internacional permanente, para acompanhar e debater políticas para os biocombustíveis e o desenvolvimento sustentável, com a realização de reuniões anuais.
Obama
Durante a mesa-redonda, o deputado norte-americano Elliot Engel manifestou otimismo - em um depoimento realizado por meio de videoconferência - em relação à futura política sobre biocombustíveis do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama. Respondendo a uma pergunta feita pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o deputado recordou o compromisso assumido pelo presidente eleito com a redução da dependência de seu país em relação ao petróleo.
- Todos estão muito empolgados em Washington com a definição da agenda para o próximo ano. Além da crise econômica, acreditamos que as questões da saúde e da energia estarão no topo da agenda de Obama - previu Engel.
Na opinião do deputado norte-americano, o fato de o preço do petróleo ter caído ao longo das últimas semanas não deve ser visto como motivo para se voltar aos "velhos maus hábitos". Ao contrário, sugeriu, deve-se continuar à busca de alternativas para o petróleo. Para Engel, o Brasil entendeu mais cedo que outros países a importância de buscar a independência energética. E os dois países, a seu ver, devem trabalhar conjuntamente nesse sentido.
(Por Marcos Magalhães, Agência Senado, 19/11/2008)