Com o crescimento da renda novos hábitos são adotados em municípios como Nonoai e Faxinalzinho.
A construção da Usina Hidrelétrica Monjolinho sobre o Rio Passo Fundo, no limite entre Nonoai e Faxinalzinho, no norte do Estado, já tem reflexos na economia dos municípios. Geração de emprego, aumento da arrecadação e crescimento nas vendas do comércio são os primeiros termômetros do desenvolvimento.
A obra está gerando 700 empregos diretos e 1,5 indiretos na região – pessoas que acabam consumindo no comércio e movimentando a economia. O presidente da Associação Comercial e Industrial e de Serviços de Nonoai, Ademir de Oliveira, estima que as vendas tenham crescido 25%.
Proprietário de uma auto-escola, Oliveira diz que a procura por cursos para transporte de cargas perigosas e de pessoas aumentou 30% após o começo da obra.
– Para atender a demanda, contratei quatro instrutores e três temporários para as aulas teóricas – conta.
O diretor da Câmara de Diretores Lojistas de Nonoai, Delmir Bertuol, diz que o poder aquisitivo da população aumentou. Além disso, houve demanda de imóveis para alugar.
Bertuol, que também é dono de um supermercado, viu no próprio negócio o crescimento das vendas e um novo perfil de clientes. Precisou incluir nas prateleiras novos produtos, como bebidas importadas, temperos e novos cortes de carne.
E não são apenas esses os impactos da usina na economia. A arrecadação de Impostos Sobre Serviço (ISS) aumentou: Nonoai deve arrecadar R$ 1,7 milhão, e Faxinalzinho, cerca de R$ 790 mil.
– Está gerando emprego, renda e arrecadação, o que representa qualidade de vida para a população – afirma o prefeito de Nonoai, Ademar Dall’Asta.
Mas o incremento na economia não termina com o fim das obras. Cada um dos municípios (Nonoai, Faxinalzinho, Benjamin Constant do Sul e Entre Rios do Sul) receberá R$ 250 mil anuais por 30 anos como compensação pela utilização de recursos hídricos.
Para a construção, estão sendo investidos R$ 236 milhões. Quando estiver pronta, em junho de 2009, a usina deverá gerar 74 MW, suficiente para atender 2% da demanda média do Estado.
(Por Marielise Ferreira, ZH, 20/11/2008)