Líderes indígenas da Bolívia, Equador, Paraguai e Peru reuniram-se, em Assunção, para discutir a situação e os avanços na proteção dos povos isolados durante a realização da Assembléia Anual 2008 do Comitê Indígena Internacional para a proteção dos Indígenas em Isolamentos e Contato Inicial da Amazônia, do Grande Chaco e da Região Oriental do Paraguai (CIPIACI).
A assembléia foi um encontro prévio à Reunião Internacional "De Santa Cruz a Assunção: Balanço e perspectivas das ações de proteção dos povos em isolamento e contato inicial nos últimos anos", que será realizado hoje (20/11) e amanhã, no Grande Hotel do Paraguai. O evento contará com a participação de organizações indígenas, organismos internacionais e da Defensoria Pública da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru.
Na reunião prévia, a secretária de atas do CIPIACI, Maria Saraiva, falou acerca das medidas de proteção deficientes aos Toromona, último povo em isolamento voluntário que não foi contatado na Bolívia. Segundo Saraiva, o território dos Toromona foi declarado zona intangível em 2006, porém isso não é suficiente porque não há guardas no parque. A secretário anunciou que a entidade vai demandar uma série de medidas no próximo Fórum Permanente da Organização das Nações Unidas.
Ehuenguime Enqueri Niwa, presidente da Organização da Nacionalidade Huaorani NAWE, do Equador, pediu ao governo equatoriano respeito aos direitos dos povos indígenas. De acordo com o presidente, os Huaorani podem desaparecer em quinze anos devido à falta de proteção em que vivem. Mateo Sobode, presidente da União de Nativos Ayoreos do Paraguai, pediu apoio a CIPIACI para conseguir a proteção efetiva e permanente para os isolados diante dos desmontes das fazendas de gado.
(Adital, 19/11/2008)